domingo, 20 de março de 2011

Poeta

Acordar de manhã com o coração cheio
e agradecer outro dia de amor
Khalil Gibran
Exitência (Ilustração de Ma Deva Padma)
Esta publicação é um retrato mais intimista deste redator que vos escreve, o que pode não interessar a muitos dos leitores do Blog; mas dando seguimento ao projeto "Plenitude", meu mestre me convenceu que uma das melhores maneiras de transmitir algo para as pessoas, é com o próprio exemplo, então estou assumindo que isso seja verdadeiro e tentando produzir algo neste sentido.

O mestre Issa (ou senhor Talmur, para alguns céticos) é psicólogo de longa data – e coloca longa data nisso (perdoe a piada mestre, mas não resisti =) – e conheceu algumas figuras ímpares como Edward Bernays (vale a pena uma pesquisa sobre ele) e Anna Freud; se vocês não acreditarem não tem problema, às vezes é difícil até para mim =); e estes dias ele me deu um presente, traçou meu perfil psicológico. Já adianto a vocês, se vocês estiverem preparados, podem procurar um especialista na área, um Coach sério – aconselho alguém com experiência comportamental -, pois me senti num capítulo da série Criminal Minds (não, não sou serial killer, mas achei legal demais). Infelizmente não indico o mestre Issa, porque ele me proibiu de fazê-lo, alias meu presente foi conseguido apenas após eu amarrar um senhor de 90 anos e ameaçar arrancar-lhe os últimos três fios de cabelo da careca (depois desta publicação, acho que não terei mais um mestre =)

Vou fazer um resumo de alguns pontos que achei bacana e depois conto por que achei legal.

"Sabe Milton, essa sua curiosidade ainda pode lhe trazer problemas." – disse-me o mestre, olhando-me exatamente como fazia meu avô, um misto de sabedoria, simplicidade e ternura.

"Você pensa como um artista, ou melhor, você vê as coisas como um artista. Enquanto a maioria das pessoas olha as linhas retas da vida, a altura, largura e profundidade; você curva as linhas com a sua imaginação e transforma o preto e branco em azul e amarelo. E nas conversas no trabalho ou com os amigos, você quer perguntar, 'você vê o que eu vejo?' e algumas pessoas talvez vejam, mas a maioria não, e isso frustra você." – então ele olhou aquela prancheta que parecia saber mais sobre mim do que eu jamais gostaria que alguém soubesse e continuou:
Criatividade (Ilustração de Ma Deva Padma)
"Quando necessário você pensa de forma convencional. Mas, se depender só de você, geralmente você opta pelo excêntrico e o avançado. Na verdade, você normalmente fica entediado com aquilo que a maioria das pessoas se sente bem. Você aprende lendo, conversando e observando as pessoas" – fez uma pausa e prosseguiu gesticulando – "é como se sentado em uma poltrona na sua mente, você ficasse imaginando como as pessoas aprenderiam a contar se só pudessem usar números ímpares. Você gosta de desafiar idéias convencionais, querendo redefinir o que é falso e verdadeiro, o certo e o errado, o bom, o mau e o feio. É uma atitude corajosa e original, mas tem um custo." – disse-me olhando como se perguntasse se eu queria que ele prosseguisse.

"O bom, o mau e o feio, é um ótimo filme." – disse-lhe sorrindo, mas preocupado. E nesse momento ele me preparou um pouco, para me dizer o que vinha a seguir:

"A maioria das pessoas gosta de levar a vida de maneira mais comum e embora elas apreciem a sua companhia e se sintam curiosas sobre a sua última idéia 'de como contar de trás para frente de três em três', elas só conseguem agüentar você em pequenas doses. Porque muitas vezes você se torna expansivo em demasia." – e finalizou me olhando, como se esperasse que fosse chorar, ou algo do tipo, mas eu apenas me calei. Então ele prosseguiu:

"Veja Milton, eu quis lhe apresentar uma possível reação adversa que você pode causar nas pessoas, de maneira que você não pense que a frase que você tanto gosta de repetir; aquela que uma amiga sua lhe disse certa vez: 'Só existem dois tipos de pessoas no mundo. As que gostam de você e as que não te conhecem.' – é a verdade da sua vida." – e quando ele disse isso, acho que só não chorei porque as palavras dele me pareceram como as que meu avô dizia quando não queria que eu subisse na arvore da casa do vizinho. Então pedi que ele continuasse:

"Mesmo as pessoas a quem você causa desconforto sabem, como quase todos sabem, que você não é tolo. Você pensa em excesso e mesmo as suas mais loucas fantasias têm sua raiz no solo profundo das idéias sensatas e de crenças comprovadas. É por isso que eu respeito você e sua coragem como pensador inovador e pouco convencional. E tenho certeza que muita gente respeita você por isso também. Você empresta cor e imaginação a minha vida, e fico pensando à vida de quantas outras pessoas você faz isso." – e nessa hora eu chorei e abracei meu avô na pessoa do meu mestre.

O mestre Issa montou um perfil para mim, com cinco páginas, o que está acima é só um trechinho que mexeu muito comigo. Ele fez questão de dizer que não era nada completo, pois tinha uma centena de coisas que ele podia avaliar e podíamos conversar, mas para mim foi suficiente. Quero compartilhar ainda um trechinho da parte emocional e depois concluir:

"Você é uma pessoa emocional Milton. Em geral todos somos, mas seus sentimentos são mais óbvios para você do que acontece com a maioria das pessoas. Você tem a sua vida em ordem, seu estado de espírito dominante é positivo, e a não ser que a vida lhe dê uns 'trancos' de vez em quando – e nessas ocasiões, você pode ficar envergonhado ou se sentir um pouco ansioso demais –, você aprecia a riqueza e a intensidade da vida que vem até você, por você ser tão espontâneo com as suas emoções." – e toda vez que o mestre concluiu um pensamento para me dizer algo menos agradável ele fez o olhar do meu avô - "É bom que você saiba que algumas pessoas podem querer manter uma certa distância, especialmente se você abordar algo em torno de qualquer coisa que possa disparar um tópico emocional em que elas se sintam desconfortáveis. Ao longo do tempo, elas podem se afastar de você cada vez mais. Você descobrirá que terá que tomar uma decisão. Ou você viola seu estilo para o conforto destas pessoas, ou espera que elas encontrem formas de se sentirem mais confortáveis com as próprias expressões emocionais. Em função da riqueza que parece brotar da sua vida emocional, a resposta mais significativa provavelmente é muito evidente para você." – concluiu o mestre Issa.

Eu quis compartilhar estes trechos do perfil que o mestre fez para mim, por que na mesma semana ele havia me proposto como tema do projeto "Plenitude", escrever sobre os talentos que as pessoas reconhecem em mim. E encontrei uma dificuldade muito grande de realizar essa tarefa – que em principio, me pareceu simples. Difícil por que não podia ser o que eu acho que as pessoas acham de mim; mas algo que elas, convivendo comigo e me olhando de suas perspectivas, acham de mim. Então pedi ajuda a pessoa que me propôs a tarefa. E o que publiquei aqui, é a parte que eu jamais seria capaz de concluir por meu próprio 'achismo'.

E a verdade é que me deu um novo horizonte de percepção, quanto a minha relação com as pessoas; quer seja positivo, ou negativo; quer seja algo que aproxima as pessoas de mim, ou as distancie. Isso eu achei fantástico.

Finalizando a publicação de hoje, o poeta Nótlim Jucks me mandou um poema com a seguinte mensagem: "Mirtu, hoje você pode publicar aquele poema arrogante que te mandei um tempo atrás. Como você mesmo publicou no post 'Paladino', não é arrogância, é confiança. Abraço.". Então publico o poema de Nótlim Jucks e aproveito e publico um poema de Vinícius de Moraes, que tem haver também com o que eu sou e com o que te convido a ser também, O ARTISTA DA SUA PRÓPRIA VIDA. Um grande abraço.

Confiança (Ilustração de Ma Deva Padma)
Um dia ainda alcanço os pés do mestre Vinícius =)

Do Jeito Errado
poesia de Nótlim Jucks

Você diz que não gosta do meu tipo,
diz que não importa o que eu digo
vou continuar fazendo tudo errado.
E eu sinto muito por não ser o que você quer que eu seja.

Por isso é melhor eu me afastar de pessoas como você,
que vêem a vida como se ela tivesse regras para serem seguidas.

Só por que eu não gosto das mesmas coisas que você,
você acha que eu não sirvo para o mundo.
Pare de se julgar melhor do que eu.
Eu vejo nos seus olhos que você deseja fazer o que eu faço.

Os caras legais não são aqueles que fazem tudo certo,
estes são os que têm medo de viver a vida.

Eu não julgo alguém por ter medo de cruzar fronteiras,
eu apenas não preciso ficar do mesmo lado deles.
Ou você acha que conhece alguém pelos sapatos que ele usa?
Acorde menina, o mundo é bem mais que essa sua blusa.

Eu não tenho dinheiro para te dar coisas de ouro,
mas tenho um mundo para te oferecer,
um mundo diferente deste que você têm vivido,
onde um homem rico pode comprar uma alma.

Este negócio de rico e pobre, sempre foi uma conta de dividir.
Dizendo que rico é aquele que pode se divertir,
e pobre é aquele que mesmo querendo não têm onde ir.
Você pode ser rico e pobre de alma,
você pode ser pobre e ter alma de sobra.

O que você sabe sobre o que os olhos não podem ver?
Todas essas coisas que carregamos num lugar
onde pessoas como você têm medo de estar.
Ou você acha que os caras legais são aqueles que fazem tudo certo?
Estes são os que têm medo de viver a vida.

Garota, o que você espera da vida?
Até quando você vai ficar esperando?
Vamos, coloque seu melhor vestido e vamos ver,
quem sabe um cara como eu não possa te ensinar a dançar.

Os caras legais não são aqueles que fazem tudo certo,
estes são os que têm medo de viver a vida.

Vamos fazer do jeito errado hoje,
vamos fazer do meu jeito
e realizar todos estes seus desejos escondidos.
Pois eu vejo nos seus olhos que você deseja fazer o que eu faço.

--
O POETA
poesia de Vinícius de Moraes

Quantos somos, não sei... Somos um, talvez dois; três, talvez quatro; cinco, talvez nada
Talvez a multiplicação de cinco em cinco mil e cujos restos encheriam doze Terras
Quantos, não sei... Só sei que somos muitos — o desespero da dízima infinita
E que somos belos como deuses mas somos trágicos.

Viemos de longe... Quem sabe no sono de Deus tenhamos aparecido como espectros
Da boca ardente dos vulcões ou da órbita cega dos lagos desaparecidos
Quem sabe tenhamos germinado misteriosamente do solo cauterizado das batalhas
Ou do ventre das baleias quem sabe tenhamos surgido?

Viemos de longe — trazemos em nós o orgulho do anjo rebelado
Do que criou e fez nascer o fogo da ilimitada e altíssima misericórdia
Trazemos em nós o orgulho de sermos úlceras no eterno corpo de Jó
E não púrpura e ouro no corpo efêmero de Faraó.

Nascemos da fonte e viemos puros porque herdeiros do sangue
E também disformes porque — ai dos escravos! não há beleza nas origens
Voávamos — Deus dera a asa do bem e a asa do mal às nossas formas impalpáveis
Recolhendo a alma das coisas para o castigo e para a perfeição na vida eterna.

Nascemos da fonte e dentro das eras vagamos como sementes invisíveis o coração dos mundos e dos homens
Deixando atrás de nós o espaço como a memória latente da nossa vida anterior
Porque o espaço é o tempo morto — e o espaço é a memória do poeta
Como o tempo vivo é a memória do homem sobre a Terra.

Foi muito antes dos pássaros — apenas rolavam na esfera os cantos de Deus
E apenas a sua sombra imensa cruzava o ar como um farol alucinado...
Existíamos já... No caos de Deus girávamos como o pó prisioneiro da vertigem
Mas de onde viéramos nós e por que privilégio recebido?

E enquanto o eterno tirava da música vazia a harmonia criadora
E da harmonia criadora a ordem dos seres e da ordem dos seres o amor
E do amor a morte e da morte o tempo e do tempo o sofrimento
E do sofrimento a contemplação e da contemplação a serenidade imperecível.

Nós percorríamos como estranhas larvas a forma patética dos astros
A tudo assistindo e tudo ouvindo e tudo guardando eternamente
Como, não sei... Éramos a primeira manifestação da divindade
Éramos o primeiro ovo se fecundando à cálida centelha.

Vivemos o inconsciente das idades nos braços palpitantes dos ciclones
E as germinações da carne no dorso descarnado dos luares
Assistimos ao mistério da revelação dos Trópicos e dos Signos
E a espantosa encantação dos eclipses e das esfinges.

Descemos longamente o espelho contemplativo das águas dos rios do Éden
E vimos, entre os animais, o homem possuir doidamente a fêmea sobre a relva
Seguimos... E quando o decurião feriu o peito de Deus crucificado
Como borboletas de sangue brotamos da carne aberta e para o amor celestial voamos.

Quantos somos, não sei... Somos um, talvez dois; três, talvez quatro; cinco, talvez nada
Talvez a multiplicação de cinco em cinco mil e cujos restos encheriam doze Terras
Quantos, não sei... Somos a constelação perdida que caminha largando estrelas
Somos a estrela perdida que caminha desfeita em luz.



* as ilustrações, se houver uma tentativa de associação com os textos, podem parecer descontextualizadas, mas devo admitir que sou fascinado pela ilustração da "Existência" concebida por Ma Deva Padma, a inserção de "Criatividade" á uma tentativa de conectividade com o texto, sem muita pretensão, e "Confiança" é a mais perfeita ilustração de como me sinto 99,99% do tempo.

* alguns poemas de Nótlim Jucks foram escritos ao som de Jerry Lee Lewis, talvez por isso soem como baladas dos anos 60.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Meu Carnaval com Doug Beleza, Flor de Sol e O Quarteto Fantástico

Os limites incapacitam
o homem de enxergar além.
A arte é uma forma de libertação,
onde não há limites.
Isis Mackoviak
     
Eu, O Coelho Branco (Tela de Isis Mackoviak)
Durante sua existência o Mirtu's Blog tem estado sempre em evolução, devido eu estar sempre buscando uma maneira de melhorá-lo, para conseguir agregar mais conteúdo e tentar transmitir boas mensagens a todos que passam por aqui. Infelizmente a partir de Julho vou deixar de contar com um dos meus maiores colaboradores – nessa minha viagem pela escrita – pois o senhor Talmur (Mestre Issa) estará "voltando para casa" e já me sinto órfão de um grande amigo; mas nossa amizade continuará mesmo a distância e enquanto ele puder me ajudar com sua sabedoria, ela será compartilhada aqui.

Bom, sem melodrama =) pois como diria meu grande amigo: "Sempre que algo se move, um espaço surge e em seguida é preenchido" – ainda existem alguns meses até Julho e mesmo antes do movimento esperado, recebi vários presentes em minha última viagem, que me ajudarão a preencher novas publicações.

Você navegante, se estiver atracando neste porto pela primeira vez, seja bem-vindo; aos frequentes navegantes, obrigado por voltarem sempre. Não sou o "Peixe Grande" com "Suas Histórias Maravilhosas", mas tento.

A publicação de hoje começa com um pensamento poético de Isis Mackoviak – minha prima (Pintora e Poetisa) – que trouxe para mim, uma reflexão sobre romper alguns limites que por vezes me imponho. Neste carnaval saí de casa rumo ao paraíso, com várias indagações na cabeça e certo vazio no peito. Meu destino: Florianópolis.

Saí de São Paulo com o tempo fechado e tipicamente cinza da capital paulistana, e assim parecia estar meu coração vacilante, que por um momento pensou em não embarcar. Mas depois de uma hora de cochilo durante o vôo das 07:05 da manhã, avistei o paraíso; o Sol ponteava suas montanhas e reluzia nas águas do seu mar, o avião estava pousando na "Ilha da Magia" e encantadamente meu animo se refez e senti um sorriso preencher meu rosto. Bendito seja o Artífice do Universo, pois sua arte não possuí reprovação.

Chegando em "Floripa" havia uma linda loura, alva, de olhos brilhantes da cor do mar, me esperando; se havia alguma dúvida que eu devia estar ali, ela se dissipou com o abraço da apaixonante Débora. Longe de qualquer má interpretação, minha querida prima me recebeu com um maravilhoso sorriso, que para qualquer um seria impossível não sorrir em retribuição.

Durante o trajeto do Aeroporto até sua casa, ela me falou sobre a Ilha – e eu, por um momento, mentalmente imagine a ilha de Lost (tenho essas viagens engraçadas de vez em quando – quase sempre =) – com tamanha paixão, que sem duvida me contagiou. Eu já estava apaixonado pela Ilha sem conhecer sequer uma de suas praias.

Logo depois, saímos brevemente para ir ao centro da cidade, pois a Débora precisava fazer algumas coisas, no que aproveitou para me apresentar o lugar.

Quando voltamos para a casa dela, logo após o almoço, encontramos meu tio Douglas fazendo um churrasquinho pra si e ouvindo Raul Seixas – o que na verdade pareceu meio surreal, pois ali estava Raul Seixas, curtindo o som de Raul Seixas. E que maravilha foi compartilhar musica, churrasco e cerveja gelada com "Doug Beleza" – perdoe o trocadilho tio.

Logo mais a tardezinha, quando minha tia chegou – a tia Sol, que o tio gosta de chamar de Flor; então o sobrinho transformou em Flor de Sol, para abrilhantar o título dessa publicação – juntamos algumas coisas, chamamos Willie "Boy" – integrante mais novo do quarteto fantástico – nos despedimos da linda loura alva, que estava indo visitar seu amor; não conseguimos tirar a artista Isis de seus afazeres e muito menos contatar a "desaparecida" Verônica – mas ela passara a noite trabalhando no restaurante mexicano para garantir a grana do semestre da faculdade de cinema; sendo assim, eu, Doug Beleza, Flor de Sol e Willie "Boy" fomos nos esbaldar nas belezas da Ilha.


Acompanhe no mapa o percurso das maravilhas: Praia do Campeche (refúgio de Antoine de Saint-Exupéry – e agora sei de onde vem a inspiração poética de "O Pequeno Príncipe"), Praia do Morro das Pedras, Praia da Armação, Praia do Matadeiro, Praia do Pântano do Sul, Praia da Solidão e Praia do Saquinho – todas visitadas com a magistral história-contada pelo meu guia especial, tio Douglas – pedagogo, poeta e escritor.

Sem perder o fôlego, no dia seguinte, seguindo mais ou menos como consta no DVD-Guia: "Floripa - A Imagem da Poesia. A Força da Beleza, Construindo um Paraíso Tropical" de Douglas Cabrera Gomes – sou fraco não né?! O cara que montou um DVD da Ilha, me apresentando o lugar – seguimos para: Daniela, Praia do Forte (achei show essa praia, o lugar, tudo =), Praia de Jurerê Internacional (tomei um banhão no mesmo mar que Ronaldinho Gaúcho e Amy Winehouse, se prosperidade "pega", tô contagiado) e Jurerê Tradicional, Praia de Canasvieiras, Cachoeira do Bom Jesus, Ponta das Canas, Praia da Lagoinha e Praia Brava.

Uau! (Não acabou não!)

Segunda-feira nunca foi tão maravilhosa – tentamos ir na Joaquina, mas o Guga devia estar aprontando algo por lá, o lugar estava inacessível, ainda assim, fomos para: Praia Mole, Barra da Lagoa, Praia do Moçambique, Rio Vermelho, Praia do Santinho e Praia dos Ingleses (onde comprei a camiseta que contém o mapa acima =).

No ínterim destas andanças, a futura cineasta Verônica me presenteou com sua presença e conversa, na qual, enquanto falávamos das praias da ilha, cinema e das viagens que ela fez com o pai, me deixou a pérola: "Que inveja que eu tenho dessa vida que eu levo" – e riu gostoso.

Voltando para São Paulo, eu tinha certeza que iam me perguntar se "peguei" alguém no Carnaval de Floripa; e a verdade é que não "peguei" ninguém; honestamente, acho que fui para Floripa "pegar" um pouco de vida e acrescentar alguns sonhos a minha coleção. Valeu muito a pena, muito.

Voltei com bagagem cheia de histórias, livros do meu tio – cujas poesias eu vou publicar aqui –, um maravilhoso quadro da minha pintora predileta; que mais posso querer? Só tenho a agradecer por ter "pego" tanta coisa.

Com amor e carinho, meu muito obrigado, Tia Solange, Tio Douglas, Débora, Verônica, Isis e Willie.

[]'s, Ju.

Amor Sideral
poesia de Douglas Cabrera Gomes

Gravito na orbita de teus olhos, 
Com os satélites do pensamento,
Onde viajo entre universos ocultos,
Entre magmas incandescentes.

Quando abre-se o infinito em teu sorriso
Alcanço o absoluto:
Nos meus atos;
Nos meus sonhos.

Entre os espaços do teu corpo, 
Encontro cósmicos caminhos,
Buracos Negros, Buracos Brancos,
A me perpetuar, espiritualizando meu ser.

Num êxtase do tempo e do espaço,
Renasço-me em teu ser etéreo,
Como um verso que se completa.

* Amor Sideral foi originalmente publicada em "Recriando Emoção!" – poesia / Douglas Cabrera Gomes, – Porecatu, 1985. Mais detalhes nas próximas publicações do Blog.

** Tomei a liberdade de batizar a tela de Isis Mackoviak, de: "Eu, O Coelho Branco". Uma alusão ao coelho branco de Alice no País das Maravilhas, pelas características do personagem e a poética sentimental retratada na tela. Obs: Foi necessário fazer uma "colagem" de duas partes da imagem da tela original, o que resultou uma imagem com um "corte", nada que desabone a obra da artista.

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Há uma música que tem tilintado na minha cabeça esses dias, mas é mais uma frase enviesada do que qualquer outra coisa. Assim: "Dizem que sou louco. Mas louco é quem me diz, que não é feliz. Eu sou feliz!" - que Arnaldo Baptista e Rita Lee perdoem minha alteração do verso, mas é um sentimento =)

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