quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sonhe

Sonhe como se você fosse viver para sempre , 
viva como se você fosse morrer hoje. 
James Dean
Dream as if you'll live forever.
Live as if you'll die today. 
Hoje o Mirtu's Blog tem uma publicação concisa (seu redator está indo para o Rock In Rio =), e traz a poesia magistral de Steven Tyler - 'Dream On', selecionada pela revista Rolling Stone, como uma das 500 maiores canções (em inglês) de todos os tempos. 'Dream On' foi lançada no álbum de estreia do Aerosmith em 1973, propulsionou a banda ao estrelato e em particular é uma das canções que eu mais gosto, assim, compartilho com vocês sua maravilhosa letra poética:

Sonhe
poesia de Steven Tyler

Toda vez que me olho espelho as linhas no meu rosto se clareiam.
O passado se foi, passou como do crepúsculo à aurora.
Não é desse jeito que todo mundo tem que pagar suas dívidas na vida?

Sim, eu sei que ninguém sabe
de onde vem e para onde vai.
Eu sei que é o pecado de todo mundo
você ter que perder para saber como vencer.

Metade da minha vida está escrita em páginas de livros.
Vivo e aprendo com os tolos e com os sábios.
Você sabe que é verdade,
todas as coisas voltam para você.

Cante comigo, cante pelos anos,
cante pelo riso e cante pelas lágrimas.
Cante comigo, nem que seja apenas hoje.
Talvez amanhã o bom Deus o leve.

Bem, cante comigo, cante pelos anos,
cante pelo riso e cante pelas lágrimas.
Cante comigo, nem que seja apenas hoje.
Talvez amanhã o bom Deus o leve.

Sonhe, sonhe, sonhe...
Sonhe com você num sonho que se torna real.
Sonhe, sonhe, sonhe...
E sonhe até seu sonho se tornar real.

Sonhe! sonhe! sonhe! sonhe! sonhe! sonhe! sonhe!

Cante comigo, cante pelos anos,
cante pelo riso e cante pelas lágrimas.
Cante comigo, nem que seja apenas hoje.
Talvez amanhã o bom Deus o leve.

Cante comigo, cante pelos anos,
cante pelo riso e cante pelas lágrimas.
Cante comigo, nem que seja apenas hoje.
Talvez amanhã o bom Deus o leve.
--
Apenas os gentis são realmente fortes. 
James Dean

domingo, 11 de setembro de 2011

O Conto Perdido

O Sucesso não depende apenas do talento natural; depende também da vontade de agarrar a oportunidade que se apresenta. As oportunidades, na vida, não surgem por acaso: são criadas. 
Paramhansa Yogananda
Vida
Hoje é um dia peculiar, por diferentes motivos. Apesar de ser um dia que ficou marcado na história devido a um incidente catastrófico, segundo algumas tradições milenares, hoje é o dia dos mestres Universais. Então, no fim, acho que uma coisa contrabalanceia a outra.

Tenho prazer e orgulho de dizer que esta é a publicação de nº 100 do Mirtu's Blog. Como é uma tradição de publicações periódicas o exemplar de número cem, ser uma edição especial, esta é uma publicação especial, hoje é meu aniversário =)

Quero agradecer todas as pessoas que acompanham o Blog, que de alguma forma participam da minha vida, das minhas viagens, dos meus sonhos e aprendizados; obrigado de coração por tudo até aqui e além.

Há um tempo, meu alterego Nótlim Jucks (e aqui há um conflito pessoal, pois não consigo saber ao certo se ele é meu alterego, ou eu sou o dele) escreveu um conto especial para uma pessoa especial. Foi um conto baseado na lenda do druida Taliesin, que narra à aventura de Mirmhy contra o dragão Lohikaarmejään.

O conto não foi publicado no Mirtu's Blog, pois a versão original foi dada de presente e não há outra; há apenas um manuscrito rudimentar que precisa ser lapidado. Em Julho de 2010, foi publicada no Blog, a continuação do conto de Mirmhy, intitulado: Kärlek – mas a versão primeira da história continua aguardando revisão. Hoje ao ser iniciada a revisão do conto perdido, surgiu um novo conto, ficando assim mais uma vez adiada, a aventura original de Mirmhy, pois hoje é apresentada a origem dele – um conto mitológico que espero que agrade a leitura, tanto quanto foi agradável redigi-lo.

Mirmhy

Myrsdrall estava sentado em uma rocha próxima à praia quando Ygg se aproximou: "Levante-se guerreiro, os barcos estão prontos e os outros nos aguardam."

Ygg era um gigante barbado que fora batizado com o nome da colossal árvore Yggdrasill, que os antigos acreditavam ser o eixo do mundo. Conta-se que quando sua mãe estava dando a luz, ela sentiu dores terríveis devido ao tamanho da criança, e em meio aos urros de dor, ela implorava: "Odin me acuda! Jord tenha pena de mim! Estou dando a luz a um carvalho!"

"Njord deve estar dormindo, Ygg." – disse tranquilamente o guerreiro Myrsdrall, sem esboçar qualquer movimento - "Prepare-se, quando o deus acordar certamente tentará nos levar para as profundezas de seu reino." – e dizendo isso saltou da rocha e passou por Ygg, pousando a mão no ombro do gigante: "Você não tem medo de água, certo Viking?" – e os olhos de Ygg naquele momento se perderam no mar sem fim que reluzia na manhã brilhante:

"Espero que ele durma até chegarmos a Hy Brazil." – sussurrou o gigante.
Viagem pelo Oceano dos Atlantes
Infelizmente o desejo de Ygg não fora atendido, o deus Njord, que governava os mares, certamente havia tido um péssimo sono, pois as ondas do mar pareciam montanhas prontas a desabar sobre os barcos do rei Bödivar, que cruzavam as águas do oceano dos atlantes, rumo a formidável ilha de Hy Brazil.

"Poderoso Thor, tu que governas as forças do tempo, acalma o irmão de teu pai! Acolhe o pedido desesperado de teu discípulo Ygg, filho de Svava – a maravilhosa – e Vingólf – o destemido." – e se emaranhando em cordas no convés o gigante Ygg implorava aos deuses que a tempestade cessasse.

"Há, há, há, levanta Ygg! Dê a cara ao vento, até parece que tu não herdaste a bravura de teu pai. Há, há, há." – gargalhou Myrsdrall vendo o amigo em apuros.

Depois de muitas aventuras em alto mar, lutas com monstros marinhos, encanamentos de Ondinas e meses de viagem, eis que os barcos do rei Bödivar chegaram às praias de águas quentes da Hy Brazil.

Os vikings mantinham uma relação até certo ponto amistosa com os índios Hy, que consistia basicamente em trocas de mercadorias; os vikings eram viajantes do mundo e traziam coisas de todos os lugares, que trocavam com os Hy por ouro, metal abundante na ilha. Muitas vezes a ganância encheu o coração dos vikings que visitaram a cidade de ouro dos Hy e muitos tentaram se apossar a força do lugar, mas os Hy além de serem guerreiros valorosos, pareciam contar com auxilio de deuses tão, ou mais poderosos que os Aesirs, desta forma havia respeito entre os dois poderosos povos.

Pela primeira vez na ilha, Myrsdrall ficou maravilhado com o lugar e então seu coração pareceu se desvencilhar da agonia da preocupação que o perseguia. Era a primeira vez também, que a rainha Freyseulte deixara de fazer parte de seus pensamentos, o que pareceu trazer paz ao guerreiro.
A Cidade Perdida dos Hy
Havia três semanas que os vikings estavam na ilha, então certa hora do dia, quando Myrsdrall passeava pelas ruas de umas das aldeias que circundavam a cidade dourada e brincava com os indiozinhos, ele a avistou. Os olhos do guerreiro conhecido como 'Tormenta dos deuses' fitaram a jovem cuja pele parecia reluzir o brilho da cidade dourada, com seus longos cabelos negros a lhe cobrir os ombros e a mover-se com tamanha graciosidade que o tempo parecia não afetá-la. Níniuam era o nome dela, filha de Ninauari – sacerdotisa da deusa do fogo – e de Obidiuam – comandante guerreiro dos Hy.

Ao que Myrsdrall se aproximou de Níniuam as palavras pareceram lhe faltar, assim como o ar em seus pulmões, então a jovem lhe sorriu e disse: "Posso pegar essa tigela?" – e apontou para o pé do viking que estava enfiado em um tigela que caíra no chão. "Tigela?" – disse ele perdido. "Sim, essa que você está com pé dentro." – nisso Myrsdrall deu um passo largo para trás e enrubesceu: "Ah, sim, a tigela, pode pega-la." – ela agradeceu, pegou a tigela e se afastou de Myrsdrall, deixando o guerreiro extasiado e com olhar perdido.

"Acorda ogro!" – exclamou Ygg, dando uma tapa na nuca de Myrsdrall. "Que cara é essa?" – indagou o gigante ao amigo.

"Acho que acabo ver uma deusa deste povo." – murmurou  Myrsdrall ainda extasiado.

"Bah, tu ainda estás sobre o efeito das Ondinas." – exclamou Ygg – "Vem vamos carregar os navios." – e assim foram eles.

No dia seguinte Myrsdrall decidiu realizar o mesmo trajeto, pois tencionava ver Níniuam novamente e assim se sucedeu pelos dias, sem que o guerreiro encontrasse novamente a jovem. Quando já era final de tarde e as pessoas se recolhiam, Myrsdrall avistou Níniuam brincando com algumas crianças, então chamou um dos indiozinhos com quem já tinha feito amizade noutros dias e pediu: "Pingulin, vê aquela jovem? Quero que você leve esse colar para ela!" – mal Myrsdrall terminou de falar o indiozinho já estava cutucando Níniuam, mostrando-lhe o colar e apontando para o viking, que apenas sorriu quando a jovem o olhou.

Níniuam veio ao encontro de Myrsdrall, então ele se apresentou. Sentaram-se para conversar e Níniuam pareceu cativada com as histórias do guerreiro que já havia estado no Valaskjálf – o alto salão real de Odin – e que já havia enfrentado serpentes voadoras que soltavam fogo ou gelo pelas ventas, bem como outras criaturas incríveis. E assim foi pelo dias. Eles se encontravam todo final de tarde e se divertiam; Níniuam levou Myrsdrall para conhecer a cidade dourada e seus segredos, e numa tarde de muito calor eles foram nadar nas águas do lago Shantaum, cujas águas eram cristalinas e segundo a crença local, eram rejuvenescedoras; e ali fizeram amor pela primeira vez e por muitas outras vezes.
Shantaum
Era chegado o tempo dos vikings partirem e Myrsdrall sentiu um peso enorme no coração, pois este já não mais lhe pertencia, estava entregue a Níniuam, dona de seus sentimentos. Quando ele contou a Níniuam que os navios estavam prontos para partir, a jovem deixou as lagrimas caírem e os dois se abraçaram longamente. Nisto ouviu-se uma voz grave e potente:

"Bah, 'tormenta dos deuses'; tu estas mais pra 'carneiro das damas'!" – resmungou o gigante Ygg e continuou - "Por que tu não ficas na Ilha, ogro? Já ouvi os homens conversando que o rei Bödivar está organizando outra expedição para cá, ele precisa do ouro dos Hy para fortalecer seu exercito." – e havia algo na voz do gigante que fez bem ao coração de Myrsdrall, que sem pensar demasiadamente decidiu ficar.

Dois anos se passaram e numa tarde chuvosa, novamente um barco trazendo um gigante nauseado ancorou na Hy Brazil. Ygg desceu da embarcação o mais rápido que pôde e se jogou na praia assim que seus pés pisaram em terra firme.

Apesar do tamanho descomunal, Ygg era um homem bom, de coração nobre e dedicado ao seu rei, assim como aos seus amigos. E havia naquela ilha um de seus melhores amigos, a única coisa capaz de fazê-lo entrar novamente naqueles barcos que tanto detestava e cruzar o igualmente odiado oceano.

Ao chegar à vila próxima a cidade dourada, onde havia deixado seu amigo Myrsdrall e Níniuam, o gigante logo procurou pelos dois, mas foi surpreendido por Ninauari – mãe de Níniuam – que segurava um bebê. 

"Onde estão Myrsdrall e Níniuam?" – perguntou o gigante a senhora.

"Myrsdrall desapareceu no Shantaum!" – disse a sacerdotisa, sem mudar a feição.

"O que estas falando mulher? Onde está Níniuam?" – inqueriu Ygg com certa rudeza.

"Níniuam morreu ao dar a luz a essa criança. Os deuses Hy não abençoaram a união de minha filha com o guerreiro que pertencia ao Valhala. Níniuam padeceu ao parto e Myrsdrall ao ver a amada sem vida tentou revive-la com as águas abençoadas do Shantaum, mas o espírito dela já não habitava mais o corpo; ainda assim seu amigo levou minha filha e mergulhou com ela nas águas do lago eterno, então os dois desapareceram sem que conseguíssemos encontrar nem mesmo seus corpos." – concluiu a senhora que demonstrou grande pesar ao olhar para Ygg – "Pegue, leve a criança, ela não pertence à Hy Brazil" – estendeu a pequena criatura, que parecia dormir um sono tranqüilo.

"Wow, wow, não, não, não posso ficar com 'isso'!" – exclamou o aturdido gigante.

"'Isso' é filho do seu amigo, sangue do seu povo, o mínimo que você pode fazer é cuidar de 'isso'!" – terminou de falar estendendo a criança para Ygg, que a segurou sem jeito.

O gigante Ygg pareceu prender a respiração por um longo momento, com medo de acordar a criança, então a criaturinha de repente abriu os olhinhos, encarou o viking e pareceu sorrir: "Acho que ela está sorrindo pra mim!" – balbuciou Ygg.

"É ele! Seu nome é Mirmhy!" – disse Ninauari se afastando do viking - "Não se preocupe homem do frio, se você não conseguir cuidar de Mirmhy, ele cuidará de você." – e estas palavras pareceram absurdas ao gigante, mas ele levou o menino com o maior cuidado que jamais teve com qualquer outra coisa na vida.

Assim começou a jornada do pequeno mestiço, rumo à terra de seu pai, rumo a muitas aventuras e magia.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Brasil

"Viva a independência e a separação do Brasil. 
Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, 
juro promover a liberdade do Brasil. 
Independência ou Morte!"
D. Pedro I, em 7 de setembro de 1822, às 16:30hs
Brasil visto de fora
Há uma lenda sobre quando os Indo-Europeus migraram para uma ilha mítica no Oceano Atlântico, de nome Hy Breasil (em céltico); ou O'Brazil (em gaélico) – que significa: "os descendentes do vermelho", referência ao enorme vulcão (chamado Celta) das maravilhosas histórias contadas na ilha.

Ilha essa, que um mortal comum não podia ver e somente uns poucos escolhidos eram abençoados com sua visão; ilha essa, que mais tarde descobriu-se não se tratar de uma ilha, mas de um continente; por assim dizer. Ao qual deram o nome Brasil – nome que não foi retirado da madeira avermelhada encontrada em suas terras, mas sim das narrativas míticas que levaram à sua identificação. Pois, porque se chamaria àquela madeira pau-brasil, se a palavra Brasil não tivesse um significado mítico, ligado com certeza às brasas vermelhas da erupção do maravilhoso Celta – que hoje jaz adormecido.

E eu, brasileiro do mundo, na descendência e no nome, brasileiro nato; índio, negro, europeu – até mesmo pardo podem dizer que sou, mas brasileiro, sem sombra de dúvida; passei o dia procurando meios de dizer algo sobre o país que eu amo, e descobri no próprio Blog que mantenho todas as homenagens que eu poderia prestar a minha pátria.

O Brasil não é um sonho – apesar de suas belezas serem – é uma realidade; não é o país do futuro, é o país do agora, de cada um de nós, e cabe a nós torná-lo tudo que ele pode ser. Assim a mãe gentil pode se sentir digna e plena com seus filhos heróicos que não fogem à luta, espelhando a grandeza do colosso.

Chegada dos Portugueses ao Brasil
[Quarta-feira, 22 de Abril] E à quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves, a que chamam fura-buchos. E neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra, isto é, primeiramente d’um grande monte, mui alto e redondo, e d’outras serras mais baixas a sul dele e de terra chã com grandes arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs nome o Monte Pascoal e à terra a Terra de Vera Cruz.
Pêro Vaz de Caminha
A Carta de Pêro Vaz de Caminha

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Um pouco mais sobre o Brasil:

E Agora Brasil?
http://jrmilton.blogspot.com.br/2015/04/e-agora-brasil.html
O Brasil Deu Certo(?) E Agora?
https://archive.org/details/Brasil.Deu.Certo
Histórias do Poder - Capítulo 1 - Partidos, Alianças e Frentes
https://archive.org/details/Historias.Poder01
Histórias do Poder - Capítulo 2 - A Batalha pelo Voto
https://archive.org/details/Historias.Poder02
Histórias do Poder - Capítulo 3 - Militares, Imprensa e Igreja
https://archive.org/details/Historias.Poder03
Histórias do Poder - Capítulo 4 - Administração Pública
https://archive.org/details/Historias.Poder04
Histórias do Poder - Capítulo 5 - Economia e Política
https://archive.org/details/Historias.Poder05
Arquitetos do Poder 
https://archive.org/details/Arquitetos.Poder

Milton, um Brasileiro
http://jrmilton.blogspot.com/2010/09/o-urso-vermelho.html