terça-feira, 14 de setembro de 2010

República Federativa do Brasil

(Parênteses político no Mirtu's Blog, a publicação originalmente programada será realizada no fim de semana)

Um traço característico do subdesenvolvimento no âmbito político é a debilidade da participação popular como cidadãos. Tendo uma nação em que o povo não tem consciência dos seus direitos e deveres, não tem consciência da significância do estado e se abstém de participar, tornando-se uma clientela passiva.

Para que possamos fazer uma transição do clientelismo para cidadania, existem apenas dois caminhos: a educação da população e a educação política da população - ou seja, a população deve passar a conviver com praticas de busca coletiva de interesses, de forma que ela saiba definir o que são interesses coletivos, percebendo assim que os interesses da política não devem ser interesses individuais, e através desta pratica comum, desta busca comum do bem coletivo, possamos sair da estagnação popular para o exercício da cidadania.

(a esquerda, alegoria da República Federativa do Brasil; pintura de Manuel Lopes Rodrigues)

A população brasileira brada aos quatro ventos, que tem cumprido com seus deveres, ao pagar seus impostos – em quantidade exacerbada, diga-se de passagem; mas não tem sabido cumprir com seus direitos! Saber cumprir com seus direitos? Parece estranha essa afirmação, porque o que é de direito da população deveria ser cumprido pelo estado e não pela população. Mas a população cumpre com seus direitos, quando exige do estado, ou seja, exige daqueles que foram nomeados por ela como seus representantes, que seja respeitado e concretizado – no mínimo – o artigo 6º da Constituição Federal Brasileira, que determina o seguinte:

"São direitos sociais: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição."

Assim sendo, quando formos escolher nossos representantes, devemos ter muito bem esclarecido em nossa mente, o que queremos que estes representem. Se, os interesses de um grupo que se intitula sob uma sigla partidária e apenas sabe se digladiar com outro grupo que também está sob outra insígnia, em que os objetivos mútuos parecem residir apenas no vangloriar-se de feitos que teoricamente fizeram, porque o outro grupo não os fez e assim manterem-se no poder; ou, os interesses – mínimos que sejam – da nação.

Uma população com educação e consciência cidadã, deixa de ter "vida de gado".

Admirável Gado Novo
poesia de José Ramalho Neto

Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!

Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou!
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!

O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos
Contemplam esta vida numa cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A arca de Noé, o dirigível,
Não voam, nem se pode flutuar
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!

Esta canção é a faixa dois do álbum "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu" de Zé Ramalho, lançado em 1980 e enigmaticamente atual depois de três décadas.

Esta é uma publicação apartidária; é um apanhado das idéias expostas por Plínio de Arruda Sampaio - intelectual e ativista político brasileiro, Lúcia Avelar - cientista política e professora da Universidade de Brasília (UnB) e uma interpretação minimalista do 5º episódio de "Histórias do Poder" 
(http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/historiasdopoder, ou
 http://archive.org/bookmarks/jrmilton)

Hino Nacional Brasileiro
poesia de Joaquim Osório Duque-Estrada
e composição musical de Francisco Manuel da Silva

1ª parte

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido,
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

2ª parte

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores,
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.

Mas se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil

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