E aí pessoas, beleza?! Depois de um período de férias, volto com as publicações do Mirtu's Blog, com a meta de cumprir as promessas feitas em 2009. E por falar em 2009, um pequeno depoimento no estilo 'viver a vida', feito por Nótlim Jucks:
"Eu tinha 30 anos quando perdi tudo. Eu me tornei paranóico e o cara mais chato da face da terra. Para se ter uma noção eu não conseguia mais conversar comigo mesmo, o que me fez parar pra pensar que outros podiam estar tendo a mesma dificuldade em lidar comigo.
É difícil para eu dizer isso, e muitos dirão que estou louco, mas, além do meu ego, havia mais alguém vivendo dentro de mim. E esse alguém, esse 'companheiro oculto', não gostava de mim.
A verdade é que demorei muito para saber da existência do 'companheiro oculto' e nesse tempo todo em que ele esteve comigo, sem eu saber, ele influenciou demasiadamente meu ego.
Meu ego sempre foi um cara muito confiante, um egocêntrico por assim dizer, depois que começou a conviver com o 'companheiro oculto', chegou até mesmo a tentar um egocídio. Se algum de vocês assistiu Homem-Aranha III, conseguirá me entender melhor. Eu possuía um simbionte, no estilo Venon, compartilhando minha vida.
Mas quando eu estava perdido, achando que tinha perdido tudo, eu percebi que na verdade eu não tinha perdido nada. Que tudo não passava de um complô entre meu, agora egocida e o simbionte 'companheiro oculto', com intuito de me fazer acreditar que eu era um lixo. Porém eles não contavam com minha astucia, e assim como Peter Parker, consegui me livrar do simbionte e ainda salvar o meu ego. Não saí desta batalha sem seqüelas (algumas, ainda estou descobrindo), mas com certeza saí melhor e hoje estou aqui, contente por poder contar essa minha experiência para vocês.
Valeu."
Putz! Bom, vamos continuar. Passada régua em 2009; estreamos em 2010 com as novidades prometidas.
A partir de hoje vamos acompanhar as séries: "As aventuras de Nótlim Jucks" com nosso intrépido poeta, "Os amores de Jim Russovi" sobre as peripécias de um Dom Juan de araque e "Os ensinamentos do mestre Issa" para nos trazer um pouco de espiritualidade.
Começamos então com o episódio piloto de "Os amores de Jim Russovi" - O Nascimento de Jimeno, espero que gostem:
Essa é a história de Jimeno Russo Viaggio e ela começa numa tarde escaldante de verão.
Ana Maria Jiménez estava com umbigo saltado como um grande olho de peixe, quando sentiu a primeira contração. Seus olhos se esbugalharam e ela sentiu uma pontada na espinha. Jimeno queria sair.
A parteira Dolores foi chamada e a casa de Ana Maria virou uma feira. Havia pelo menos quinze pessoas por cômodo. Não que estivessem ali para ajudar, mas Carlos Viaggio tinha acabado de mandar instalar um potente ar condicionado a pedido de sua esposa Ana.
Em meio ao alvoroço de gente que se acotovelava querendo ver o espetáculo do nascimento de Jimeno, Ana berrava que queria todos fora dali, o que não adiantou. Assim, Dolores e mais três mulheres se puseram a trabalhar para trazer Jimeno ao mundo, e Ana agora já estava enfurecida, com as pessoas, com a parteira e suas ajudantes e com Jimeno, pois berrava como nunca antes tinha se visto uma mulher berrar:
_ Jimeno porco mio, saíííííííí!!! - e estrebuchava buscando ar para mais uma contração que quase lhe arrancava os olhos da fronte.
_ Saíííííííí italianinho filho da put...! - e os espectadores seguravam a respiração pensando como uma mulher tão linda podia pronunciar tantos palavrões em tão curto espaço de tempo.
Eis que o italianinho com nome espanhol veio ao mundo num estrondo. Dolores puxara o guri pelas pernas com tanta força, que ao que ele saiu, não conseguiu segura-lo, deixando-o cair na bacia que estava diante das pernas abertas de sua mãe. Rapidamente as ajudantes acudiram o menino, e ao pegarem-no, estranharam, pois tiveram a nítida impressão que o pequeno lhes sorria.
Dolores cortou o cordão umbilical e embrulhou Jimeno em panos limpos, o entregando aos braços de Ana, que estava exausta, suada e continuava enfurecida. Mas ao segurar seu pequeno nos braços, ela abriu um largo sorriso e o beijou com carinho. Ao olhar ao seu redor, Ana viu que todos os seus vizinhos, compadres e comadres estavam ali, com a boca aberta e sem dar um pio. Então ela virou o menino para eles e disse: "Este é Jimeno, digam 'Oi' para ele!" – e a sala explodiu em alegria. Todos se abraçaram e cumprimentaram Carlos, que ainda estava extasiado com o momento.
Assim nasceu Jimeno Russo Viaggio, filho da espanhola Ana Maria Jiménez e do italiano Carlos Viaggio, e neto de Francesco Russo Viaggio, que morrera dois dias antes do nascimento do menino. Mas que certamente estava em espírito abençoando seu querido neto.
Jimeno possuía certo encantamento em seu ser, e todas as pessoas, ou melhor, as mulheres que estavam na casa, brigaram para ver quem seria a primeira a segura-lo. Mas isso já é parte de outra história, que veremos outro dia.
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