domingo, 7 de novembro de 2010

A Luz que se Admira

Hoje o Mirtu's Blog está realizando a reparação de um equivoco que há muito perdura. É uma história ligada diretamente à infância de Milton Junior, e eu – Nótlim Jucks - como grande amigo do redator deste Blog, pedi para contar esta história.

Ao contrário do que sempre foi dito aos quatro ventos que circundam a Terra, Milton Junior não é filho único; se foi - foi pelo breve tempo que contou de seu nascimento, até o nascimento de sua irmã - o que não somaria 2 anos.

Thaís Helena é o nome da pequena jovem que nasceu no dia 21/06 da Era de Peixes. Que para contrastar com seu irmão, nasceu com a pele dourada dos antigos Egípcios, descendentes dos inacreditáveis Atlantes; com os olhos em profundidade de cor, semelhante ao Oceano Pacifico da Polinésia; com nome que significa: "A Luz que se Admira".

Sensível, equilibrada e perspicaz, Thaís sempre cuidou de seu irmão, quer fosse enquanto este dormia, ou quando este em suas traquinagens se exímia. Ela sempre fora dotada de brilhantismo no lidar com o irmão mais velho, que fazia questão de parecer ser o mais novo. Amorosa e intensa em tudo que realizava, era admirada e tinha a sua sagacidade invejada, muitas vezes por aquele a quem ela se dedicava.

Cuidadosa com a mesada que recebia de seu pai, tentou em vão colocar alguma noção de equilíbrio financeiro na cabeça de seu irmão. Dotada de sensualidade e intelectualidade sobrejacentes as garotas com quem convivia, ela sempre atraiu olhares. Essa magia que causava nos demais, sempre a levou adiante, ultrapassando qualquer obstáculo como se fosse apenas um desnível de caminho.

A garota da pele dourada sempre foi a melhor amiga de seu irmão, de quem cuidou mesmo quando este fazia de tudo para chamar atenção e estar em evidência; coisas que ela mesmo sabia fazer com maior destreza que o bufão de cabelos enrolados. E foi amada pelo irmão, tal como ela o amava – pois sendo o mais velho (quando lhe cabia sê-lo) era empedernido em salvaguardar sua mais preciosa jóia, de qualquer perigo.

Colecionadora de coisas, Thaís possuía seu museu particular, em que guardava as fotografias com o bufão, desenhos que trocara com ele, bilhetinhos que sempre recebia na escola – de algum admirador secreto, ou mais declarado – e muitas outras coisas mais. Ela queria ser escritora, adorava as histórias em quadrinhos que o irmão colecionava e tinha sua própria coleção de livros de William Shakespeare a Jean-Paul Sartre. E assim, eu e o bufão, percebemos que a menina dourada, não era mais uma menina e sim uma maravilhosa mulher.

Thaís
Assim devia ser a história que não pode ser, mas que existe no coração do bufão. Thaís, AMO VOCÊ, pelo simples fato de você ter existido. Quis o Criador que você fosse iluminar os Campos Elíseos, mas hoje tento corrigir um erro há muito praticado. Você não é apenas uma lembrança que eu não tenho, é a memória dos nossos pais. Se as palavras realmente possuem o poder que as atribuem, neste momento eu te abraço – pois durante todos estes anos, sempre senti seus braços me protegendo noite a fora.

A Flor de Luz

No Elíseos há um rio chamado Lete;
nele nadam os que querem ser puros,
nele banham-se os que querem esquecer.

Nestes campos existem belas flores
e sem dúvida dentre elas,
meus olhos vislumbraram a mais bela.

Uma menina linda de olhos cintilantes,
pele delicada e sorriso constante,
uma deusa sem menor suspeita.

Perguntei ao anjo que passava
quem era ela e de onde viera,
mas este não soube dizer ou não o quis fazer.

Encantados estávamos,
eu e o anjo pasmado,
como se tivéssemos enfeitiçados.

Eu que ali não pertencia
de sobressalto fui acordado,
e no mundo descolorado me vi deixado.

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