Aqueles que tiveram grandes paixões
ficam a vida toda felizes,
e infelizes, por se terem curado delas.
[François de La Rochefoucauld]
Feliz |
O
mês de Abril foi corrido e Maio começou tão rápido e vertiginoso que demorei a
perceber que o primeiro Domingo havia acabado. Estava entretido com meu novo
aprendizado, "FotoLeitura", que quando me dei conta, era quase
Segunda.
Hoje
a miríade será determinada; três poemas de autores distintos e independentes.
Para dar um tom diferente.
Tenho
alguns amigos que deram uma opinião interessante
sobre o blog, comentaram que alguns textos são muito longos para serem lidos no
computador e que no inicio os textos eram muitas vezes concisos, mas atrativos.
Então vou fazer um exercício agora em Maio; vou mesclar uma publicação mais
concisa e outra mais longa. As longas, vou deixar para publicar alguns textos
que o velho Talmur me deixou de presente – a filha do meu velho mestre ligou para
dizer que ele está internado. Algumas impossibilidades me entristecem, mas
quando ele decidiu voltar a morar próximo dos filhos, eu sabia que dificilmente
voltaria a ver o velho mestre. É a vida.
Bom,
o primeiro poema é de autoria de Douglas Cabrera Costa e foi publicado no livro
'Recriando Emoções'; livro que ganhei do autor, meu tio, poeta e educador. E revisitando
as páginas – hoje já um pouco amareladas – do livro escrito em 1985, encontrei
grande profundidade e paixão, que nas próximas publicações tentarei lhes
apresentar. Vamos então apreciar:
poesia de Douglas Cabrera
Ela
deixou marcas de ternura,
filtradas
em gestos de amor,
enquanto
as muralhas erguiam-se
entre
nossos corpos apaixonados.
No
desfraldar triste das horas
bailava
o beijo da lembrança
e
vinham dias vazios
nas
lágrimas do coração.
Perdiam-se
no vácuo da solidão
vidas
unidas
na
lira da paixão.
Partindo,
ela deixava a tristeza
levar
o sorriso de meu amanhã.
Eu
vi mortos nossos corpos
no
obstáculo que nos separava,
quando
mergulhei no abismo
do
espaço tão distante.
Partiu
com a flor do desejo
ainda
botão.
deixou
incompletas as páginas
de
nossa paixão.
Ela
foi a poesia das horas;
o
lago prateado das emoções;
o
eterno alvorecer da alegria;
a
brisa serena das sensações.
Partiu,
e eu fiquei na noite,
sem
estrela, sem carinho,
vendo
as garras da saudade
devorar
minha carne morta
nas
chagas daquela partida.
O
segundo poema é de autoria de outro Douglas Costa; um músico incidente, um
poeta relutante e meu primo consequente. Sem nepotismo; apenas uma retribuição com
carinho a uma pessoa que dedico minha torcida diária, para que viva a 'A Teoria
do Sucesso Irrestrito - S=c.p²' e realize todos os seus sonhos. Em seu poema
leve e levemente ácido, a transparência de si mesmo. Assim:
Guardo
de ti aquilo que preciso,
O
que me faz feliz e me traz alívio.
Dos
males, nenhum carrego.
Minha
mochila é pequena,
Apenas
algumas fotos, lembranças.
Seu
sorriso, seu jeito engraçado, tudo que me ensinou.
Do
resto nada quero, nada me acrescenta.
Disseram-me
que as portas do céu são justas,
Por
isso escolhi esta sacola,
Pois
cabe exatamente tudo,
De
tudo de bom, de todos,
De
tudo aquilo que me compõe.
Guardo
estas coisas e te vejo ir.
Pois
sei que a felicidade que procura não esta aqui.
E
me faz feliz te ver sorrir,
enche
o meu saco!
De
pura felicidade, meu saco.
Me
faz melhor te ver partir.
O
último poema foi escrito há bastante tempo pelo poeta Nótlim Jucks e reflete
incerteza, conflito e a dificuldade de se libertar do passado. Mas com resiliência
o personagem poético se despede e segue. Como em todos os momentos da vida. Enfim:
poesia de Nótlim Jucks
Estou
tão cansado de tentar ter razão
e
há essa dor que abraça meu coração.
Eu
esperava que você entendesse,
que
eu não nasci para ficar sozinho
e
esperava que você me deixasse partir
pois
não há motivo para continuar assim.
Esta
dor é real apenas por sua causa.
Estas
lágrimas correm apenas por sua culpa.
Mas
por mais que eu tente desistir
alguma
coisa ainda me prende aqui.
E
eu abriria meus braços se você pedisse,
mas
há muito orgulho em seus olhos.
Eu
seria capaz de negar a mim mesmo,
mas
estou tão cansado de sentir esta dor,
sendo
assim eu apenas esperava partir,
esperava
apenas partir sem sorrir.
Porém
esta dor que me faz chorar
grita
dentro de mim tentando se libertar
e
ainda não sei se há algum lugar
onde
eu possa ir sem te encontrar.
Te
encontro em minha mente
consumindo
minha liberdade.
E
quando procuro em mim
não
encontro qualquer sanidade.
Me
perco iludido com o passado
e
nestes momentos você tem me derrotado.
É
tão difícil dizer por quanto tempo
eu
estive errando por estes caminhos.
Mas
eu esperava que você entendesse
que
eu não nasci para ficar sozinho.
Eu
fico surpreso com tudo que acontece
mas
enfrento esta dor que me fere.
Esta
dor é real por que ainda lembro
Lembro
que era pra ter sido melhor
do
que o que eu pude te dar.
Eu
juro era simplesmente te amar.
É
tão difícil dizer que estive errado
este
tempo todo, por tanto tempo.
Eu
esperava ser capaz de pedir perdão
mas
estas lagrimas são apenas vergonha.
Nós
erramos e não reconhecemos,
não
houveram lagrimas para lavar nossos erros.
Eu
estou tão cansado de sentir esta dor
então
espero apenas partir sem sorrir.
--
Querer esquecer alguém é pensar nesse alguém. O amor tem isto em comum com os escrúpulos: torna-se ácido pelas reflexões e os retornos feitos para livrar-se dele. É preciso, se possível, não sonhar com a sua paixão para enfraquecê-la.
--
Querer esquecer alguém é pensar nesse alguém. O amor tem isto em comum com os escrúpulos: torna-se ácido pelas reflexões e os retornos feitos para livrar-se dele. É preciso, se possível, não sonhar com a sua paixão para enfraquecê-la.
[Pierre de la Bruère]
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