domingo, 21 de agosto de 2011

Descobrir por Si Mesmo

Um dos dias mais tristes da minha vida foi quando mamãe disse que o Super-Homem não existia. Eu lia as revistas em quadrinhos e adorava, pois até mesmo nas profundezas do gueto a gente acreditava que ele viria, sem saber quando, pois ele sempre aparecia e salvava as pessoas boas, elas não acabavam... eu estava lendo uma revista, talvez na 4ª ou na 5ª série, quando perguntei à mamãe:

"O Super-Homem existe?"
"O Super-Homem não é real." – ela respondeu.
"Ele não existe? – perguntei perdido.
"Não, ele não é real." – ela insistiu.

Então ela achou que eu estivesse chorando por algo semelhante à inexistência do Papai Noel. Mas eu chorava porque não havia ninguém vindo com poder suficiente para nos salvar. [Geoffrey Canada - Esperando o Super-homem]

Esperando o Super-homem
'Esperando o Super-homemé um documentário que analisa as falhas do ensino público americano e o filme recebeu o 'Prêmio de Público' como melhor documentário de 2010, no Sundance Film Festival. Abro esta publicação com o dialogo de Geoffrey Canada e sua mãe, devido ele acreditar na época desta conversa, que a única maneira de ele ter uma vida melhor do que a que vivia no gueto, seria com "Super-Homem" vindo salva-lo; porém Geoffrey se tornou o "Super-Homem" para si mesmo e para muitas outras crianças, e fez isso através da educação, educando-se e criando uma organização sem fins lucrativos, que tem como objetivo expandir as oportunidades educacionais para todas as crianças norte americanas.

Muitas vezes acreditamos que o problema da educação, seja uma questão dos países subdesenvolvidos, pobres e com má distribuição de renda; e este documentário faz uma analise do sistema educacional norte-americano e mostra que o problema do "Acesso à educação" - definido no programa de 'Metas de Desenvolvimento do Milênio' - não é um privilegio dos países do antigo 3º mundo, mas um problema global.

Volto ao tema que já havia abordado na publicação 'Projeto do Milênio', pois gostaria de deixar a sugestão dos links abaixo, para que todos conheçam as características do 'Projeto do Milênio', do qual todos fazemos parte:

Porém a publicação de hoje, é voltada a nós mesmos, quanto a sermos indivíduos que aprendem. Pois se você está lendo esta publicação, você é uma pessoa privilegiada, que faz parte de uma minoria global educada. E o texto que trago é uma compilação que fiz a partir de um livro de L. Ron Hubbard, que apesar de toda controvérsia que envolve o autor, considerei muito pertinente a maneira como ele aborda o 'aprendizado' em si.

Talvez o tema não lhe chame muito atenção, mas lhe convido a lê-lo, visto que pode lhe apresentar uma obviedade que muitas vezes não notamos, em meio ao turbilhão de informações que recebemos diariamente, de todas as formas. Estas informações nos tornam bem informados, ou alienados?

APRENDER

Existem duas maneiras como os homens geralmente aceitam as coisas, nenhuma das quais é muito boa: uma é aceitar uma afirmação porque a 'Autoridade' diz que ela é verdadeira e deve ser aceita. E a outra é pela preponderância de acordo existente entre as outras pessoas.

A preponderância de acordo, é muito freqüentemente o teste público geral de sanidade ou insanidade. Suponha que alguém entrasse numa sala cheia de gente e de repente apontasse para o teto e dissesse "Ah, olha! Há uma aranha enorme de três metros ali no teto!" Todos olhariam, porém mais ninguém veria a aranha. Finalmente, alguém acabaria por lhe dizer isso.

"Existe sim!", ele afirmaria e ficaria muito zangado quando descobrisse que ninguém concordava com ele. Se continuasse a afirmar a sua crença na existência da aranha, ele muito em breve se encontraria internado num manicômio.

Nesta sociedade, um tanto ou quanto nebulosamente erudita, a definição básica de sanidade é se uma pessoa concorda ou não com todos os outros. É uma maneira muito desleixada de aceitar a evidência, mas é muito freqüentemente usada como o principal critério de avaliação.

E depois há a Regra de 'Autoridade': "O Dr. J. Beltrano concorda com a sua afirmação? Não? Então, é claro que não pode ser verdadeira. O Dr. J. Beltrano é uma 'Autoridade' eminente neste campo."

Um homem chamado Cláudio Galeno dominou em tempos passados o campo da medicina. Outro homem chamado William Harvey transformou a posição cômoda de Galeno, com uma nova teoria da circulação sangüínea. Galeno tinha concordado com as pessoas do seu tempo sobre os "fluxos" do sangue. Eles não sabiam nada sobre o funcionamento do coração, aceitaram tudo o que lhes foi ensinado e observaram muito pouco por conta própria.

Harvey trabalhou na Academia Real de Medicina, e descobriu por meio de vivisseção animal, a verdadeira função do coração. E ele teve o bom senso de guardar para si as suas descobertas durante algum tempo.

Leonardo da Vinci de alguma maneira descobriu e postulou a mesma coisa, mas ele era um "artista louco" e ninguém acreditava nele naquela época. Harvey fez parte da audiência de uma peça de Shakespeare em que o dramaturgo fez a mesma observação, porém havia mais uma vez o sentimento de que se tratava de um "artista louco", ou no mínimo excêntrico, caracterizando assim que estes artistas nunca poderiam contribuir com nada significativo para a sociedade, o que fez com que todos, exceto Harvey, considerassem que aquelas declarações não passassem de ficção.

Finalmente, Harvey anunciou a sua teoria. Imediatamente, gatos mortos, fruta podre e cacos de jarros de vinho foram atirados na sua direção. Ele provocou uma grande agitação nos círculos médicos e sociais até que finalmente um médico, em desespero, fez a seguinte declaração: "Eu prefiro errar com Galeno a estar certo com Harvey!"

O Homem não teria avançado absolutamente nada, se este tivesse sido sempre o único método de testar provas. Mas de vez em quando durante o progresso do Homem, existiram rebeldes que não estavam satisfeitos com a preponderância da opinião e testaram o fato por si mesmos, observando e aceitando os dados da sua observação, e depois testando-o de novo.
Helicóptero de Leonardo Da Vinci
AVALIAÇÃO DE DADOS

O Homem nunca soube muito sobre as coisas das quais sua mente está preenchida na sua maior parte: Dados.

O que são os dados? O que é a avaliação de dados?

Durante todos os anos em que a psicanálise ensinou as suas doutrinas a cada geração de médicos, foi usado o método autoritário, como se pode verificar lendo alguns dos livros sobre o tema. Nestes encontramos interminavelmente: "Freud disse..." O que é realmente importante não é que "Freud disse" uma coisa, mas sim: "Os dados são valiosos? Se são valiosos, até que ponto são valiosos?" Pode ser dito que um dado é tão valioso quanto tenha sido avaliado. Um dado pode ser provado na medida em que possa ser avaliado por outros dados e na medida em que a sua magnitude seja estabelecida pelo número de outros dados que ele clarifica. Assim, o maior dado possível seria aquele que clarificasse e identificasse todo o conhecimento que o Homem tem no universo material.

Porém, infelizmente não existe tal coisa como um "Dado Primário". Não pode haver um só dado, mas sim dois dados, visto que um dado é inútil a menos que possa ser avaliado. Além disso, tem de haver um dado de magnitude semelhante com o qual avaliar qualquer outro dado.

Os dados só são seus, se você os tiver avaliado. Os dados são seus por meio da 'Autoridade' ou são simplesmente seus. Se os dados são seus por 'Autoridade', alguém os impôs a você. É claro que se você fizesse uma pergunta a um indivíduo que você acreditasse que o trabalho dele possuí valor, e ele lhe desse uma resposta, esse dado não lhe seria imposto. Mas se você se afastasse dele acreditando que esse dado existia, sem se dar ao trabalho de investigar a resposta por si mesmo - sem o comparar com o universo conhecido – você não chegaria a completar o ciclo de aprendizagem.

Mecanicamente, a principal coisa que está errada na mente, é naturalmente, a turbulência que ela contém. Mas a sobrecarga de informação nesta sociedade, é a educação imposta que o indivíduo nunca foi autorizado a testar. Literalmente, quando lhe dizem para não aceitar a palavra de ninguém como um dado absoluto, estão pedindo que quebre um padrão de hábito que lhe foi imposto quando era criança.

O seu professor pode ter lhe dito o que ele pensava ser verdadeiro e tê-lo convidado a verificar isso por si mesmo. Mas se você não o verificou, é muito provável que não tenha os fundamentos do ensinamento suficientemente bem na mente, para aplicar confortavelmente qualquer coisa que tenha aprendido.

O professor pode lhe dizer o que ele pensou ser verdadeiro e o que outros pensaram ser verdadeiro, mas nunca deve lhe pedir que aceite sem questionar. Qualquer discordância que tenha com uma teoria, é uma coisa que só você pode resolver. A teoria está correta ou não está correta? Só você pode responder isso. Ninguém pode responder por você. Podem lhe dizer o que outros conseguiram quanto a resultados e o que os outros observaram, mas você não estará realmente educado até que tenha conseguido os resultados por si mesmo.

No momento em que um indivíduo abre a boca e pergunta: "Onde está a validação?", você pode ter a certeza de que está olhando para um homem que não tem suficiente inteligência nem delicadeza de sentimentos. Esse homem está dizendo, sem rodeios e abruptamente: "Eu não posso pensar por mim mesmo. Eu preciso de uma 'Autoridade'." Onde ele poderia procurar a validação exceto no universo físico e na sua própria realidade subjetiva e objetiva?
Preencher e Externalizar
UM OLHAR SOBRE AS CIÊNCIAS

Infelizmente, estamos cercados por um mundo que se autodenomina um mundo científico. Mas na realidade, este é um mundo de 'Autoridade'. É verdade que aquilo que é a ciência atualmente, está muito mais avançado do que o conceito hindu do mundo, em que o mundo estava assentado sobre o dorso de sete elefantes, que estavam em pé sobre sete pilares, que se erguiam sobre o dorso de uma tartaruga na lama, abaixo da qual havia lama até o infinito.

A razão pela qual a engenharia e a física avançaram tanto em relação às outras ciências, é o fato de colocarem problemas que punem o Homem com muita violência se ele não examinar cuidadosamente o universo físico. Um engenheiro tem de enfrentar o problema de abrir um túnel através de uma montanha para construir uma ferrovia. Os trilhos são construídos até a montanha de ambos os lados. Se ele calcular o espaço incorretamente, as duas entradas do túnel não se encontrarão no mesmo nível. Seria tão evidente para todos os interessados que o engenheiro cometeu um erro, que ele toma todo o cuidado para não cometer tal erro. Ele observa o universo físico, não só em termos de que as entradas do túnel têm de se encontrar com precisão de um milímetro, mas também em termos de que se ele calcular mal as características da rocha que está perfurando, o túnel ruirá - um incidente que seria considerado uma ocorrência muito desafortunada e infeliz para a construção.

A biologia está mais perto de ser uma ciência real, do que algumas das outras, isso porque no campo da biologia, se alguém cometer um erro muito grande sobre um micróbio, o resultado imediato pode ser dramático e aterrorizante. Suponha que um biólogo foi encarregado de injetar plâncton num reservatório de água. Os plânctons são "germes" microscópicos que são muito úteis ao Homem. Mas se por engano o biólogo injetasse germes de tifóide no reservatório de água, haveria um resultado imediato e dramático.

Suponha que um biólogo é incumbido da tarefa de produzir um fermento, que quando colocado na massa de pão branca, tornasse o pão castanho. Este indivíduo está perante a necessidade de criar um fermento que não só se comporte como fermento, mas que sirva de corante. Tem de lidar com o aspecto prático do problema, porque depois que ele anunciar o seu sucesso, há o "teste fato": O pão é comestível? E o "teste do pão castanho": O pão é castanho? Qualquer pessoa poderia fazer o teste facilmente e todos saberiam muito rapidamente se o biólogo teve sucesso ou falhou.

No campo das humanidades, a ciência tem andado completamente à deriva. Têm sido seguidos princípios autoritários que não são questionados. Qualquer pessoa que aceite conhecimento sem o questionar e avaliar por si mesma, está se mostrando incapaz em relação a esfera de conhecimento.
Conhecer
FUNDAMENTOS

Quando um indivíduo tenta erguer os planos de uma vida ou de uma profissão com base em dados que ele próprio nunca avaliou, não lhe será possível ser bem-sucedido.

Os fundamentos são extremamente importantes, mas antes de tudo a pessoa precisa aprender a pensar para ter uma certeza absoluta sobre um fundamento. Pensar não é particularmente difícil de aprender. Consiste meramente em comparar um determinado dado com o universo físico, tal como este é conhecido e observado.

Sempre que existe uma base autoritária na sua educação, você não está realmente aprendendo. O autoritarismo é pouco mais do que uma forma de hipnotismo. A aprendizagem é imposta sob a ameaça de alguma forma de punição. Um aluno é empanturrado com dados que não foram avaliados individualmente, tal como um taxidermista empanturra uma cobra para empalhá-la. Tal estudante estará bem informado e bem educado segundo os padrões atuais, mas infelizmente, ele não terá muito êxito e satisfação na profissão que escolheu.

Subjacente a uma afirmação autoritária está à indecisão. Não permita que a sua educação assente na areia movediça da indecisão.

Examine todo o tema numa base muito crítica, não com a atitude de quando estava na escola, em que simplesmente aprendeu que isto e aquilo eram verdadeiros, e que uma vez que aprendeu isso primeiro, a primeira aprendizagem tem precedência. Não cometa o erro de criticar uma coisa na base de esta coincidir ou não com as opiniões de alguma outra pessoa. O ponto pertinente é se esta coincide ou não com a sua opinião. Está de acordo com aquilo que você pensa.
Descobrir por si mesmo
Tome o tempo e o esforço de fazer um exame completo do assunto introspectivamente e por observação. O caminho difícil é sentar-se para memorizar um milhão de palavras - o método empregado por muitos sistemas educacionais nesta era. Examine o assunto, estude, questione e aplique, então terá descoberto alguma coisa por si mesmo. E ao fazer isso, poderá bem descobrir muito mais. Não permita que a 'Autoridade' de uma só pessoa ou escola de pensamento, crie uma conclusão antecipada dentro da sua esfera de conhecimento. Com estes princípios de educação em mente é que você pode se tornar um indivíduo com educação verdadeira.
--
É a possibilidade que me faz continuar e não a certeza. Uma espécie de aposta da minha parte. E embora possam me chamar de sonhador, louco ou qualquer outra coisa; continuo acreditando que é possível.

Sonhos reais
poesia de Nótlim Jucks

Às vezes sonhamos demais,
quase sonhos reais,
são coisas incríveis
e nos parecem normais.
Por mais que eu tente compreender,
eu termino por me perder.
Mas continuo daqui,
pois o caminho diante de mim
é que me diz para onde ir.
Não quero perder meu brilho
como uma estrela morta;
nem quero fugir com medo do destino.
Tudo que quero é sonhar
e se possível, e se eu assim fizer,
quero alguns sonhos realizar.
Às vezes sonhamos demais.
Mas às vezes, nossos sonhos
são tudo que temos,
então os fazemos reais
e nos tornamos mais que normais.
Por acreditarmos,
lutarmos,
e vivermos nossos sonhos.

domingo, 14 de agosto de 2011

Esta Noite


Treine si mesmo a deixar partir 
tudo que teme perder.
Mestre Yoda

Viagem Interior
A lua está linda hoje; daqui da janela de casa eu a acompanhei logo acima dos prédios e agora lá no alto, encravada e solitária no céu sem estrelas. Ironicamente hoje, eu e a lua temos algo em comum – ambos reluzimos à noite.

Estes dias uma amiga me cobrou algumas promessas que fiz no Blog, olhei para ela e parafraseando Renata Ricci – no comercial da Renault – disse: "Uau!" – mas completei com surpresa – "Nem sabia que você lia o Blog". Porém, a verdade é que ela está certa, devo algumas publicações que escrevi aqui que realizaria; como exemplo, a publicação sobre educação que comentei no 'post' anterior. As desculpas brotam na minha mente, mas elas são desnecessárias, pois eu quero publicar tudo que escrevi, apenas às vezes tento casar as publicações com um momento vivenciado.

Ela também me perguntou por que nunca publico nada a respeito do meu trabalho com tecnologia da informação e comunicação; e eu disse a ela que, apesar de eu gostar muito do que eu faço, o que eu mais gosto no meu trabalho é o contato com as pessoas; as oportunidades que este trabalho tem me proporcionado de conhecer pessoas novas, de algumas vezes, conhecer outras regiões e suas culturas; isso é o que carrego de valor do meu trabalho e é o que tento trazer para o Blog. A tecnologia, como é comum a ela, é periférica; o valor está nas pessoas – fato este, que por ocasião, muitos se esquecem.

Devo confessar que tem sido um pouco difícil conciliar algumas coisas; parece que depois que o mestre Issa foi embora para Colônia (Alemanha), eu perdi um pouco o fio à meada. É o MBA que me ocupa o Sábado todo, o projeto de 'Faturamento' no trabalho que me tira a paciência, o 'tal' do Tempo que não para e muitas vezes não o encontro – contudo, o importante é seguir o exemplo deste mesmo cara, o 'tal' Tempo, e não parar jamais, seguir em frente e de preferência com alegria no coração.

Neste momento, a lua saiu do meu campo de visão, o que significa que ela continua sua rota, ou nós a nossa. Eu não sei o que o futuro me reserva, devido à linha da vida ser tão tênue e delicada, sei, porém, que vivo hoje da minha melhor maneira; sonho e planejo o futuro, guardo e reconheço o passado, mas vivo o presente e desta forma tudo que preciso está aqui comigo – e é um prazer compartilhar isso com vocês, se assim vocês também desejarem.

Para encerrar hoje, publico um poema de Eric Clapton; o que pode ser considerado uma coisa qualquer, pois as composições do Sr. Clapton podem ser facilmente encontradas por aí; porém o faço aqui, pois percebi que neste exato momento que escrevo, acaba de entrar na minha lista de reprodução de musicas: "Change The World" – sendo assim, apreciem comigo...

Se eu pudesse alcançar as estrelas,
puxar uma delas para baixo
e dirigir sua luz para o meu coração,
então você poderia perceber a verdade:
Que este amor que tenho no interior
é tudo que aparenta ser.

Por hora, eu percebo que
ele está apenas nos meus sonhos...
Mas eu posso transformar o mundo
e ser uma luz no seu universo.

Você pensaria no meu amor como algo realmente bom,
se eu pudesse transformar o mundo?

Se eu pudesse ser rei,
mesmo que por um dia,
eu a consideraria minha rainha,
e não faria de outro modo.
Então nosso amor governaria
e assim seria o nosso reino.

Mas até então, sou apenas um tolo
desejando o dia...
que eu possa transformar o mundo,
e ser uma luz no seu universo.

Você pensaria no meu amor como algo realmente bom,
se eu pudesse transformar o mundo?

Por você eu transformaria tudo;
mas isso também não é toda a verdade.
Eu não consegui transformar a mim mesmo
a ponto de ser uma luz no seu universo,
ainda assim...

Se eu pudesse alcançar as estrelas,
puxar uma delas para baixo
e dirigir sua luz para o meu coração,
então você poderia perceber a verdade:
Que este amor que tenho no interior
é tudo que aparenta ser.


*composição de Eric Clapton  versão adaptada

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Mudanças


Eu te amo e muitas vezes eu te odeio.
Odeio não ouvir alegria na tua voz,
odeio teu silêncio repreensivo
e odeio te odiar por alguma coisa.
Odeio sentir que você está indo,
e me odeio por saber que estou te deixando ir.
Nótlim Jucks


Depois de vinte dias acertando a direção da minha vida pessoal e os rumos do Mirtu's Blog, é hora de voltar às publicações. O Blog mudou, eu mudei – de casa –, o mundo está mudando e passando por adaptações, então vamos mudar sem perder a nós mesmos e seguir caminhando em frente.

Eu havia preparado uma publicação sobre educação, mas vou atrasar o post, pois hoje quero algo menos formal e mais pessoal.

Quero que vocês conheçam meu amigo de moradia e vejam a visão da minha janela. Hoje publico apenas uma poesia, mas garanto, é só o começo...


Esse é o Clark; ele é estudante em intercâmbio
e está passando um tempo aqui em casa.


Fico só imaginando quando vierem buscá-lo.


Ou se ele resolve dar uma 'voadinha' por aí.


Bom, esta é a vista noturna da minha janela.
Bem urbana, mas bem legal, né?!

Para encerrar esta publicação, um poema que Nótlim Jucks escreveu para uma mulher que foi resposável por um último desequilibrio em seu coração bohêmio. Sendo assim:

Cativado com Fineza

Como fazer para não me apaixonar por você?

Acho que eu deveria te querer um pouco menos,
mas sinto que não posso, é tarde demais.
Estou perdido num mar de pensamentos
sem entender ao certo como matar essa aflição.

Como pode uma coisa assim surgir do nada?

Sinto que não posso fazer o que estou fazendo,
mas ao mesmo tempo é como se eu morresse
minuto a minuto sem saber se você estará aqui.
Talvez seja mais fácil se eu simplesmente partir.

Mas o que eu faço com esse sentimento estranho?

Esse que brota no meu peito e se alastra,
espalhando essa sensação estonteante.
Seria tão mais simples se não houvesse
essa coisa boa que tem me entorpecido os sentidos.

Será que consigo fechar meus olhos e não sentir mais?

Isso sei que não posso e não quero,
pois foi um longo tempo sem sentir,
foi uma triste estrada a que percorri,
obrigado por me fazer voltar a sorrir.

Sei que não posso me apaixonar por você!

Mas isso é algo que também não me importo.
Enquanto este sentimento estranho
que não quero nominar, estiver me fazendo bem
tenho certeza que não quero deixar de senti-lo.

Obrigado por me fazer voltar a sorrir.

terça-feira, 19 de julho de 2011

A Mulher e O Desejo

Antes que possamos tratar uns aos outros como indivíduos, devemos levar em consideração as diferenças comportamentais dos gêneros.
John Gray (Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus)
Talentos diversificados encontram miríades de formas de realizar
Olá amigos, o Mirtu's Blog está atravessando uma fase de transformação, pela qual deve se reinventar, de forma a transpô-la e assegurar sua continuidade. É uma transformação que se iniciou com o layout e as cores do Blog; em que houve a preocupação de encontrar um padrão de cores que fosse o melhor para quem lê as publicações do Blog.

Foram identificados dois padrões de cores que poderiam ser adotados (verde, ou azul) com intuito de proporcionar melhor conforto e capacidade visual; então a opção pelo verde musgo que hoje preenche as publicações, se baseou em estudos de interface humano-computador e espero que realmente funcione a contento – além disso, a escolha possibilitou incorporar ao layout do Blog, a bandeira do Brasil, uma singela homenagem ao país pelo qual sou apaixonado.

O Mirtu's Blog está mudando de nome também. Depois de muito refletir sobre as intenções que permeiam a manutenção do Blog, ficou claro que ele existe na vontade de seu redator e seus colaboradores, de compartilhar experiências, compartilhar conhecimentos, sentimentos e emoções; então, ambiciosamente intenta-se hoje, um passo adiante. O Mirtu's Blog não é um lugar em que você encontrará verdades absolutas, nem mentiras relativas; mas tão simplesmente a honestidade da partilha.

Aqui ainda é o porto imaginário do menino-pirata perdido, em que todos que desejarem navegar pelo sonhar, estão convidados, basta acreditar e embarcar. Sendo assim navegante, dou-lhe boas-vindas, há uma miríade de coisas para aprendermos juntos.
Uma Miríade de Coisas
A publicação de hoje, nasceu no cerne da minha arrogância pessoal, de querer conhecer mais do que me cabe; porém, inadvertido pela curiosidade e pela necessidade de compreensão, me debrucei sobre alguns livros de psicologia, na busca de entender uma pergunta que ganhou fama com Sigmund Freud, mas que provavelmente já era uma questão que flutuava na mente de Adão: O que é que as mulheres realmente querem?

Elas querem ser queridas? A igualdade entre homens e mulheres? A prova de suas competências? Confiança emocional e financeira? Bens materiais? Identidade espiritual? Maternidade? Amor? Sexo?

Polly Young-Eisendrat utiliza um conto Arturiano – que reproduzo abaixo – com intuito de ajudar a interpretar a questão proposta:

GAWAIN E LADY RAGNELL

Um dia, o rei Artur estava caçando um grande cervo branco nas cercanias do bosque de carvalhos quando ergueu os olhos e se viu confrontado por um chefe guerreiro alto e forte, brandindo um machado e dando a impressão de que ia abater o rei ali mesmo. Este homem era Gromer, que disse estar querendo vingar-se pela perda de parte de suas terras ao norte para Artur. Como Artur estava desarmado, Sir Gromer demonstrou compaixão e deu ao rei uma chance de salvar sua vida.

Gromer lançou um desafio – o rei tinha um ano para voltar desarmado àquele lugar com a resposta para a pergunta: O que as mulheres desejam acima de tudo? Se Artur respondesse à pergunta corretamente, sua vida seria poupada; caso contrário, sua cabeça seria cortada. Artur concordou, mas se sentiu muito desanimado. Aquela pergunta devia ser um enigma sem resposta, ele pensou. Ele sabia que ninguém saberia a resposta.
Rei Artur e Sir Gromer
De volta ao castelo, Artur contou toda a história a seu sobrinho, Sir Gawain, que era considerado o mais sábio, o mais corajoso, o mais misericordioso e o mais educado de todos os Cavaleiros da Távola Redonda. O jovem cavaleiro, ao contrário do rei, mostrou-se esperançoso. Ele e Artur tinham um ano para percorrer o reino e ele tinha certeza de que encontrariam a resposta certa.

Quase um ano se passou e Artur e Gawain reuniram muitas respostas, mas nenhuma soava verdadeira. O dia marcado estava se aproximando, e numa manhã Artur saiu cavalgando sozinho no meio das urzes roxas e dos tojos dourados, totalmente absorto em seus problemas. Ao aproximar-se do bosque de carvalhos, viu-se subitamente diante de uma mulher grande e grotesca, coberta de verrugas e quase tão larga quanto alta.

Os olhos dela o contemplaram destemidamente e ela declarou:

— O senhor é Artur, o rei, e dentro de dois dias terá que se encontrar com Sir Gromer com uma resposta para uma pergunta.
— É verdade – respondeu Artur hesitante –, mas como é que sabe disso?
— Eu sou Lady Ragnell e Sir Gromer é meu meio-irmão. O senhor não sabe a resposta certa, sabe?
— Tenho muitas respostas, e não sei o que a senhora tem a ver com isto – respondeu Artur, puxando as rédeas para se virar e voltar para casa.
— O senhor não sabe a resposta certa – disse Ragnell com uma confiança que deixou Artur desanimado. — Eu tenho a resposta!

Artur virou-se e saltou do cavalo.

— Diga-me a resposta e eu lhe darei um saco cheio de ouro.
— Não preciso de seu ouro - respondeu Ragnell calmamente.
— Bobagem, mulher, você poderá comprar o que quiser com ele! O que você quer, então? Jóias? Terras? O que quiser eu pagarei. Isto é, se você souber a resposta certa.
— Eu sei a resposta. Isto eu posso garantir – respondeu Ragnell. Após uma pequena pausa, ela acrescentou: — Em troca, exijo que Sir Gawain se torne meu marido.

Artur abriu a boca de espanto.

— Impossível! – gritou. — Você pede o impossível, mulher. Eu não posso dar-lhe o meu sobrinho. Ele é dono de si mesmo, não pertence a mim para que eu o dê.
— Eu não pedi ao senhor que me desse o cavaleiro Gawain. Se Gawain concordar em se casar comigo por livre e espontânea vontade, então eu lhe direi a resposta. São estas as minhas condições.
— Condições! Que direito você tem de estabelecer condições para mim! É impossível! Eu jamais poderia apresentar esta proposta para ele.

Ragnell ficou olhando calmamente para o rei e disse apenas:

— Se mudar de idéia, estarei aqui amanhã. — E desapareceu no bosque.

Abalado com aquele estranho encontro, Artur cavalgou lentamente de volta para casa, pensando consigo mesmo que jamais poderia falar daquele assunto com Gawain. Aquela mulher repugnante! Como ousava pedir para se casar com o melhor dos cavaleiros! Mas o ar da tarde estava ameno e o encontro fatídico com Gromer deixou Artur impressionado. Ao retornar ao castelo, Artur viu-se contando ao sobrinho sobre sua aventura, e concluiu: Ela sabe a resposta, eu tenho certeza disso, mas eu não pretendia contar nada a você. Gawain sorriu docemente, sem saber ainda qual era a proposta de Ragnell.

— Mas esta é uma boa notícia, tio. Por que o senhor está tão desanimado?

Evitando encarar o sobrinho, o rei contou qual era a exigência de Ragnell, junto com uma descrição detalhada de seu rosto grotesco, de sua pele cheia de verrugas e seu tamanho avantajado.

— Que bom que eu posso salvar a sua vida! – respondeu Gawain imediatamente. E sem dar ouvidos aos protestos do tio, Gawain declarou: — É minha escolha e minha decisão. Vou voltar lá com o senhor amanhã e concordar com o casamento, desde que a resposta dela salve a sua vida.

Bem cedo na manhã seguinte Gawain saiu a cavalo com Artur para encontrar Lady Ragnell. Mesmo vendo-a cara a cara, Gawain manteve-se inabalável em sua decisão. A proposta dela foi aceita e Gawain fez uma reverência graciosa para ela.
Lady Ragnell e Sir Gawain
— Se amanhã a sua resposta salvar a vida do rei, nós nos casaremos.

Na manhã fatídica, Gawain cavalgou até metade do caminho com Artur, que assegurou ao cavaleiro que iria tentar todas as outras respostas primeiro.

O guerreiro alto e forte estava esperando por Artur, com seu machado brilhando ao sol. À medida que Artur ia recitando uma resposta depois da outra, Gromer gritava: Não! Não! Não! — até que finalmente ele ergueu o machado acima da cabeça.

— Espere! – gritou o rei. — Eu tenho mais uma resposta. O que uma mulher deseja acima de tudo é o poder de soberania, o direito de exercer o seu livre-arbítrio.

Com uma imprecação de raiva, Gromer jogou o machado no chão.

— Você não descobriu a resposta sozinho! Minha maldita meia-irmã foi quem lhe contou! Vou decepar a cabeça dela com meu machado. Vou atravessá-la com a minha espada! – Virou-se e voltou para a floresta, deixando uma torrente de imprecações atrás de si.

Artur voltou para o local onde Gawain esperava junto de Lady Ragnell. Os três cavalgaram de volta para o castelo em silêncio. Só Ragnell parecia bem-humorada. A notícia de que iria ocorrer um estranho casamento entre uma megera horrorosa e o magnífico Gawain espalhou-se rapidamente pelo castelo. Ninguém conseguia imaginar o que havia convencido Gawain a se casar com aquela criatura. Alguns achavam que ela devia possuir grandes terras e propriedades. Outros acreditavam que ela devia ter usado alguma magia secreta. A maioria estava simplesmente estarrecida com o destino do pobre Gawain. E o rei Artur falou reservadamente com o sobrinho.

— Nós poderíamos propor um adiamento – disse ele.
— Dei a ela a minha palavra, tio. O senhor gostaria que eu quebrasse uma promessa? – respondeu Gawain.

Assim, o casamento aconteceu na abadia, e a estranha festa de casamento foi assistida por toda a corte. Durante todo aquele longo dia e aquela longa noite, Gawain permaneceu simpático e cortês. Não demonstrou nada além de uma atenção gentil para com a sua noiva. Finalmente, o casal se retirou para os seus aposentos.

— Você se manteve fiel à sua promessa – observou Ragnell. — Você não demonstrou nem piedade nem repulsa para comigo. Agora que estamos casados, venha beijar-me.

Gawain se aproximou imediatamente dela e a beijou. Quando se afastou, viu diante de si uma linda e serena mulher, de olhos cinzentos e rosto sorridente. Seus cabelos se eriçaram com o choque, e ele deu um pulo para trás.

— Que espécie de feitiçaria é esta?
Lady Ragnell
E Ragnell respondeu: — Você me prefere assim? – lentamente deu uma volta em torno dele.

— É claro que sim, mas não compreendo – gaguejou Gawain, confuso e assustado.
— Meu meio-irmão, Gromer, sempre me detestou. Ele aprendeu truques de feitiçaria com a mãe dele e usou-os para me transformar numa megera horrorosa. Ordenou que eu vivesse com este corpo até que o melhor cavaleiro da Bretanha me escolhesse como esposa.
— Mas por que ele a odiava tanto? - perguntou Gawain.

Com um sorriso nos lábios, Ragnell respondeu:

— Ele me achava atrevida e pouco feminina, porque eu me recusava a aceitar as ordens dele, tanto em relação à minha propriedade quanto à minha pessoa.

Com grande admiração, Gawain disse:

— Então você conseguiu o impossível e o feitiço dele foi quebrado!
— Só em parte, meu querido Gawain. – Ela o encarou com firmeza. — Você pode escolher como eu vou ser. Você quer que eu fique assim, com o meu próprio corpo, à noite em nosso quarto? Ou me quer grotesca à noite no nosso quarto e com o meu próprio corpo de dia no castelo? Bonita de dia ou bonita à noite, pense bem antes de responder.

Gawain ajoelhou-se diante da noiva e respondeu imediatamente:

— Esta é uma escolha que eu não posso fazer. Diz respeito a você, minha querida Ragnell, e só você pode escolher. O que quer que você escolha, eu a apoiarei.

Ragnell soltou um longo suspiro. A alegria em seu rosto deixou-o encantado.

— Você respondeu bem, meu querido Gawain. Sua resposta quebrou completamente o feitiço de Gromer. A última condição que ele impôs foi que depois do casamento, o maior dos cavaleiros da Bretanha, meu marido, deveria dar-me o poder do exercício da soberania, o direito de exercer o meu livre-arbítrio. Só então o terrível feitiço seria quebrado para sempre.
Sir Gawain e Lady Ragnell
E assim, com muito encantamento e alegria, se consumou o casamento de Sir Gawain e Lady Ragnell.

Observe que este conto em nada se assemelha as histórias das heroínas dos contos de fadas – como Cinderela, ou A Bela Adormecida – ao contrario destas que são conhecidas principalmente por sua beleza, graça ou generosidade, Ragnell retrata outro tipo de heroína, que tem em si muito de uma mulher forte, capaz e inventiva, esforçada e resoluta. O que faz com que as perguntas que inquirem a questão proposta nesta publicação, se tornem resposta na afirmação: O que uma mulher deseja acima de tudo é o poder de soberania, o direito de exercer o seu livre-arbítrio.

Atrevo-me a escrever, que a percepção desta querência que permeia todos os quereres femininos, é fator primordial de autoconhecimento para as mulheres, e de supra-sumo comportamental para os homens. Obviamente, perceber isso, não torna mais fácil, ou invariável, uma relação entre homem e mulher, mesmo porque exigiria um nível de cuidado mental indefectível; mas aguça a interpretação de inúmeras situações que por vezes podem se tornar adversas.

Pois bem, agora uma breve reflexão sobre o paradoxo do desejo sexual feminino, e uma "chave de ouro"para ambos os gêneros – masculino e feminino – quanto as relações sexuais.

Há uma idéia popular de que as mulheres desejam intimidade emocional mais do que os homens, e que os homens querem sexo mais do que as mulheres.

Estudos recentes comprovam que o desejo só está presente quando algo que foi prazeroso ou recompensador no passado está faltando no presente. Sendo assim, o que difere o desejo sexual feminino do masculino é a maneira como cada um dos gêneros sente prazer; resumindo, mulheres que não tiveram prazer suficiente no sexo, não têm motivo para quererem mais (e aqui se excetua casos de depressão emocional, complexos íntimos e outros conflitos psicológicos pessoais).

Um exemplo simplório: se lhe descrevessem uma iguaria exótica e maravilhosa – com seus detalhes, sua cor, seu sabor, sua consistência – você pode ter vontade de experimentá-la, mas só vai poder desejá-la depois de tê-la provado. Diante de um cardápio e tendo que escolher entre esta exótica iguaria e algo que você adora, você provavelmente escolheria o que você adora. De todo modo, você não ficaria com água na boca pela iguaria antes de tê-la provado e apreciado. Se a pessoa não provou o prazer, não pode sentir desejo. Assim, muito mais mulheres do que homens não sentem desejo sexual, porque elas não tiveram experiências sexuais prazerosas.

Freud afirma que as mulheres possuem dois tipos de orgasmos, o clitoriano, importante para o desenvolvimento sexual e, se exclusivo, poderia significar imaturidade; e o orgasmo vaginal, uma decorrência do primeiro e muito característico da maturidade sexual.

Inúmeras pesquisas mais recentes evidenciaram que o orgasmo clitoriano é muito mais freqüente, surgindo tanto por manipulação quanto por penetração, sendo tanto prazeroso quanto recompensador. Já o orgasmo vaginal, menos freqüente, depende de fatores ligados ao desenvolvimento psico-sexual da mulher e da qualidade do relacionamento afetivo em questão. Sendo por isso talvez que Freud o julgasse característico da maturidade sexual da mulher, sendo menos impulsivo e mais sublime. Este tipo de orgasmo, por ser mais afetivo e menos anatômico, nem todas as mulheres podem ter, e as que têm, nem sempre o têm sempre. Pesquisadoras que já experimentaram os dois tipos de orgasmo consideraram o tipo vaginal muito mais gratificante.

Isso explica em parte o desejo de intimidade emocional por uma parcela considerável das mulheres, explicitando uma característica do desenvolvimento comportamental, implícito ao gênero feminino. Já o gênero masculino possuí apenas um tipo de orgasmo (algumas pesquisas procuram provar que os homens também possuem mais de um tipo de orgasmo, o que envolveria a manipulação da próstata, mas essas pesquisas não são objeto desta publicação).

Apesar do orgasmo normalmente durar apenas alguns segundos, na maioria das vezes não mais de dez, depois disso a estimulação continuada pode produzir mais orgasmos adicionais na mulher. Portanto, as mulheres são fisicamente capazes de ter orgasmos repetidos, sem a necessidade do tradicional período de recuperação necessário aos homens.

A "chave de ouro" das relações sexuais reside em os homens receberem melhor as impressões sentidas pelas mulheres e as mulheres se permitirem demonstrar mais o que estão sentindo. Desta forma, faça-se sexo, ou amor, qualquer destas relações pode ser prazerosa ou recompensadora, porém, pela dica deixada pelo célebre Sigmund Freud, uma pode ser sublime; se não para os homens de prazeres simples, para as mulheres de maravilhosos prazeres variados.

Para finalizar esta publicação, fica a indicação de um filme - que possivelmente você já assistiu - com uma observação de atenção para uma cena, que pode ser considerada secundária, entre Mel Gibson e Marisa Tomei em "Do Que As Mulheres Gostam".
Do Que As Mulheres Gostam
Essencial e característico do Mirtu's Blog, não poderia faltar uma pérola poética de Nótlim Jucks, sendo assim: 

Poesia Íntima
por Nótlim Jucks

Amo você mais do que eu deveria,
tanto que às vezes preciso apenas ouvir sua voz
para saber que tudo está bem.

Meu coração se aperta toda vez que não posso
dar à você tudo que você merece ter,
mas ele se espairece toda vez que te vê sorrir.

Aprendi a gostar da sua companhia diária
e não me faz bem essa ausência
que me afasta os dias de você.

Amo você, como você é.
Não lhe acrescentaria nada,
nem lhe tiraria nada, há equilíbrio em você.

Amo a surpresa maravilhosa
dos dias ao seu lado
e a felicidade que tenho encontrado.

Ultimamente tenho precisado mais de você
do que eu gostaria de admitir,
e tem me entristecido perder momentos insubstituíveis.

Quero que saiba que tenho me esforçado,
que apesar de fazer algumas coisas do jeito errado,
tenho certeza que tudo vai dar certo.

Sinto falta de você querendo me ver,
de ver um filme aconchegado e fazer amor de repente,
simplesmente porque é bom demais.

Respeito sua individualidade,
mas me perdoe se de vez em quando
acho que somos um.

Quero saber sempre mais sobre você,
entender melhor esse seu jeito único
e te conquistar de novo, e de novo, e de novo...

Isso não é apenas fantasia,
eu li Dante, Shakespeare e romances de cavalaria,
sei que de vez em quando sou exagerado.

Mas acho que é porque amo você demais,
talvez eu ame você mais do que eu deveria;
mas é bom ouvir a sua voz e saber que está tudo bem.

* Bibliografia

Young-Eisendrat, Polly. A Mulher e o Desejo - Muito mais do que a vontade de ser querida.
Johnson, Robert A. SHE - A Chave do Entendimento da Psicologia Feminina.
Série de Monografias nº7, Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade.