terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Jimeno aprende a falar

Oi gentes =)

Perguntaram-me porque chamo de episódio os pequenos contos de "As aventuras de Nótlim Jucks" e "Os amores de Jim Russovi" e não capítulos, então é simples; acho massa quando estou assistindo um canal como Universal ou Warner e o narrador faz a chamada: "Cold Case, episódio inédito, no Warner Channel" – aí dou uma viajada na maionese e ouço o cara falando: "As aventuras de Nótlim Jucks, episódio inédito, só aqui no Mirtu's Channel". É só por diversão, nada demais.

Ah, amanhã deve ter a publicação de um dos poemas do Jucks, o primeiro do ano. As séries estão caminhando, mas os poemas também vão ser publicados, bem como o primeiro ensinamento do mestre Issa está sendo preparado.

Agora, vamos ao 2º episódio de "Os amores de Jim Russovi" – Jimeno aprende a falar:

Mireille, ah Mireille!

Mireille era aquele tipo de mulher que ao passar por um lugar cheio de gente, tirava o ar dos homens e enchia a mente das mulheres de inveja. E mais do que sua beleza notável, Mireille possuía um aroma, sim aroma, típico e especifico dela, uma fragrância totalmente única; capaz de encantar as pessoas - menos dotadas que o perfumista Jean Baptiste – tornando-as capaz de prever que Mireille estava chegando, muito antes dela se apresentar. Acho que era por que ela tinha vindo da França.

Aconteceu de naquele ano, Dona Ana estar procurando alguém para trabalhar em sua casa e Mireille foi contratada. O combinado era que ela cuidaria da casa e principalmente de Jimeno, o pequeno príncipe da casa 23 da Villa Itália.

Mireille mudou-se para vila assim que Dona Ana lhe passou todas as informações do trabalho. Para os homens da vila, a contratação foi considerada uma benção dos céus. Mas sem dúvida, quem mais gostou da escolha de Dona Ana, foi o pequeno Jimeno, mesmo sem saber como expressar seu contentamento, pois não sabia falar.

Jimeno era uma criança forte e saudável, um menino sempre sorridente e amistoso. O sorriso do pequeno encantava a todos na pequena vila e as mulheres tinham adoração por ele. Tudo que faziam, de bolos a coquetéis, levavam para que Jimeno experimentasse e todos se deliciavam com aqueles momentos, principalmente com as gargalhadas do menino quando lhe faziam cócegas. Ele era realmente tratado como um príncipe e em sua casa havia se desenhado uma hierarquia, Dona Ana era sua rainha, Jimeno amava sua mãe mais que tudo e Mireille era sua princesa, Jimeno se dava bem no colo de todas as mulheres, mas não podia ver Mireille que ele fazia de tudo para que ela o pegasse.

Talvez, na casa 23, apenas Carlos Viaggio não havia percebido que sua governanta causava tanto furor na vila em que morava. O pai de Jimeno estava trabalhando todos os dias em hora extra e a noite, para conseguir pagar as novas despesas da casa, então quando chegava pela manhã, cruzava com Mireille pelos corredores da casa, mas o que mais lhe atraía naquele momento, era sua cama. Ele fazia apenas questão de dedicar alguns minutos a seu pequeno, que sempre o recebia com enorme alegria; aliás, Carlito era o único homem que o pequeno Jime – como gostava de chamar o filho - se dava bem, para todos os outros ele garantia um imenso choro.

Mesmo sabendo que Carlos não dedicava olhares a encantadora Mireille, Dona Ana se preocupava com a aparência naturalmente exuberante da moça, o que muitas vezes gerou certas desavenças entre elas: "Mire! Mire minha filha, você não pode andar pela casa com essa camisa, suas tetas estão quase pulando pra fora!" – Dona Anna, tentava não parecer agressiva, mas Mireille respondia: "Ah Dona Ana, todas as outras camisas que a senhora me arrumou, me sufocam. Pelo menos com essa me sinto bem e afinal de contas – fazia uma pausa e cara de desdém – o único que poderia reparar em minhas tetas é o Jime, mas ele ainda não entende disso!". E assim se davam a maioria das discussões entre as duas, tudo porque Mireille era bem dotada no quesito busto e suas camisas não davam conta de segurar seus dotes.

O que as duas mulheres não sabiam, era que Jime apesar de não entender realmente o que eram 'tetas', ele incrivelmente gostava delas. Tanto que depois de um tempo ele só tomava banho se fosse Mireille quem o banhasse, e outra coisa inexplicável para elas, era o motivo pelo qual o pequeno se recusava a tomar banho de banheira, preferindo sempre a imensa bacia que Mireille usava para lavar suas roupas.

Chegou um dia em que Mireille empolgadíssima chamou Dona Ana: "Dona Ana, Dona Ana, Jimeno está quase falando. Corra aqui, o Jime está querendo falar." – e Dona Ana correu até o menino e ajoelhada próxima a ele, começou a incentivá-lo: "Diga Jime, Mire disse que você quer falar com a mamãe! Diga, ma-ma, vamos, diga! Ma-ma!". E o pequeno com sorriso no mínimo maroto, olhou para a mãe e se esforçou para dizer sua primeira palavra: "Te-te". Dona Ana não entendeu o filho, então pediu carinhosamente: "Diga de novo Jime, diga!" – e o pequeno disse: "Te-ta, teta" – e caiu numa deliciosa gargalhada, deixando a mãe boquiaberta e com olhar inquisidor para Mireille.

Durante uma semana Jimeno parecia um disco riscado, repetindo uma única palavra e rindo, rindo muito. E o que poderia ser um motivo de constrangimento para Dona Ana, tornou-se quase um orgulho, pois todos na vila vinham ouvir Jimeno dizer 'Teta' e caiam na gargalhada com ele. Assim, desde o primeiro dia, Mireille se tornou a princesa de Jimeno e a responsável pela primeira palavra do menino.

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