terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Aquilo que você acreditar

Sempre que pensamos em mudar, queremos tudo o mais rápido possível. Não tenha pressa, pois as pequenas mudanças são as que mais importam. Por isso, não tenha medo de mudar lentamente, tenha medo de ficar parado.
Provérbio Chinês

Montanhas do Tibet
"Carregando toda poeira acumulada de um longo caminho e um sorriso de vitória no rosto, cheguei a Lhasa no Tibet, em Maio de 1947" – Foi desta forma que Ibrahim Issa Talmur, nascido na Alemanha em 24 de Março de 1916 – cujo nome verdadeiro eu desconheço – começou a me contar sobre sua primeira grande viagem.

Minha amizade com o senhor Talmur começou mais ou menos há um ano, quando eu tomava um café no aeroporto de Cumbica em São Paulo. Eu tinha acabado de chegar de uma viagem de trabalho e estava exausto – e ainda mais, eu estava considerando o final do ano de 2009 terrível, devido uma porção de coisas que estavam me acontecendo. Então o simpático senhor da mesa ao lado, que comia biscoitos, pareceu notar meu desanimo e me ofereceu um biscoito. Agradeci e continuei com meu café, mas ele insistiu sorrindo: "Aceita. Esse é o melhor biscoito do mundo; comprei na Bélgica." – aceitei então a "bolacha", que é como se diz na minha terra, e descobri então que aquele simpático senhor também tinha mais um trecho de viagem a cumprir e que íamos cumpri-lo juntos, pois estávamos aguardando o mesmo translado para Campinas.

Hoje me sinto mal pelo pensamento que tive logo em seguida a descobrir que ele tinha decidido sentar-se num banco próximo ao meu, para que pudéssemos conversar durante o caminho de São Paulo a Campinas: "A morenaça da semana passada se sentou o mais longe que pode, com o fone pra não ser incomodada; o tiozinho quer 'trocar idéia' e eu com sono!" – mal sabia eu, que aquela amizade seria a mais valiosa que eu conseguiria desde muito tempo.

Quem me conhece, sabe que eu tenho um sonho antigo de conhecer o Tibet. E não sei qual o motivo, mas o senhor Talmur naquele dia, me contou que estava planejando uma viagem ao Tibet e que ele já havia estado lá, há 60 anos. Eu desacreditei, mas devido ao tema da conversa, o senhor Talmur conseguiu espantar meu sono e conseguira minha atenção. Um ano antes eu tinha comprado o livro "Os Anos Ocultos de Jesus" de Elizabeth Clare Prophet, pois eu queria embasar um conto que eu estava escrevendo, sobre alguns acontecimentos da viagem de Jesus ao Tibet.

Durante o trajeto de São Paulo a Campinas, o senhor Talmur me explicou que ele havia se mudado para Genebra durante a segunda guerra mundial e que após sua viagem ao Tibete, ele havia decido adotar um novo nome, acrescentando "Issa" como nome do meio, em homenagem ao homem santo das histórias dos monges tibetanos.

Bom, resumindo um pouco a história, Issa é nome pelo qual – segundo alguns trabalhos – Jesus ficou conhecido entre os monges do Tibet, durante os anos de suas viagens - que durou de seus 13 até os seus 29 anos. Santo Issa foi exultado pelos homens da montanha por muitas vezes se valer de um tratado poético de Píndoro, que dizia: "ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar" – e assim, o maior dos Homens, aprendeu e ensinou nas montanhas do Tibet.

Ao fim de nossa viagem, o senhor Talmur me entregou um cartão de visitas com seus contatos, o que não pude retribuir, pois não tinha um, então ele pegou um dos próprios cartões e anotou meu celular e disse: "Qualquer dia te ligo pra gente tomar um café e eu poder te contar como foi minha viagem de volta para Genebra." – e se despediu sorrindo e eu o cumprimentei dizendo: "Até mais, mestre!"

Até hoje não sei qual o motivo – mas desconfio que seja por influencia do livro "O Senhor dos Anéis" de J.R.R.Tolkien – mas de vez em quando, eu 'classifico' algumas pessoas com "mestre", como se fosse uma gíria, algo como: "Até mais, brother!", "Até mais, campeão!", "Até mais, princesa!", etc.

Quis o destino – se assim pode ser dito – que eu e o senhor Talmur compartilhássemos um grande gosto: café; então não foi difícil tomarmos aquele café que pareceia ter sido apenas um pretexto de despedida. Durante um desses "cafés", enquanto o senhor Talmur me explicava algo sobre algumas filosofias que conheceu em suas viagens, ele comentou que tinha acessado o Mirtu's Blog e que tinha gostado – o que muito me agradou - então eu olhei aquele senhor de 90 e poucos anos e disse: "Quero criar um personagem em sua homenagem, para colocar no blog. O senhor permite?" – ele sorriu e disse: "Desde que você me mande às publicações para eu ler antes."

E assim nasceu o mestre Issa. Que se tornou meu mais enigmático personagem e um dos meus melhores amigos.

Ano passado comentei com o mestre Issa que eu queria fazer um curso de Coaching, mas que estava sem tempo e sem dinheiro. Então, entre uma conversa e outra ele me disse: "Olha, Coaching é um nome bonito que deram para uma atividade realizada desde as antigas escolas Egípcias. Que em suma é: Tutoria. Um professor que lhe ajuda a descobrir o que você realmente deseja, em cada uma das áreas da sua vida e lhe ajuda a analisar as possibilidades que você tem de alcançar o que deseja. Geralmente isso é feito com base em questionamentos filosóficos e analise de como você age, ou se disporia a agir diante da 'questão' proposta." – ele me olhou demoradamente como se tomasse uma decisão, então concluiu: "Vamos fazer o seguinte. Eu lhe proponho alguns temas filosóficos que podem te ajudar nesse aprimoramento pessoal e você escreve a respeito. Você me manda o que escrever e a gente conversa a respeito. Eu te dou umas aulas e você passa a pagar os meus cafés." – topei na hora.

Esse ano, decidi transformar as aulas do mestre Issa, em um projeto, que em principio ia se chamar "Self-Coaching", mas o nome foi recusado pelo mestre =), então virou "Plenitude - A arte de ser tudo o que se pode ser".

E vocês podem acompanhar o andamento deste projeto, aqui no Mirtu's Blog.

É isso aí, como diria o Gaguinho: "Po-po-por hoje é só, pe-pe-pessoal!" ... Ah, tem mais! Tem o poema que Nótlim Jucks me mandou para postar no blog =D

Aquilo que você acreditar
 
Se o que você sente é triste,
não se preocupe pois acabará.
Assim como aquele sorriso que parecia não ter fim.
 
Havia uma princesa que reinava nos sonhos
e ela não entendia como certos sentimentos libertam
enquanto outros sentimentos prendem.
 
Ela tinha medo de se ferir.
Sem saber que certas coisas simplesmente
não podem ser controladas.
 
Lágrimas correram
pela face corada da linda princesa,
e não havia quem pudesse salvá-la.
 
Ela precisava entender,
que o coração às vezes
sente seu pequeno fogo se apagar.
 
Mas que esta chama
pode arder e se transformar
e o que estava destruído pode se renovar
 
Pois tudo é simplesmente
aquilo que você acreditar.
 
Lágrimas não devem ser mais que lágrimas.
Mas um sorriso não deve ser apenas um sorriso...
pois ele pode ser um sinal de felicidade.



Um comentário:

  1. Olá carissimo ficarei feliz se vc compartilhar seus aprendizados.
    Beijos bom final de semana.

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