quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Cultura Essencial

Para dar uma relaxada e preparar o fim de semana, o Mirtu's Blog recorre à ajuda da revista BRAVO! para apresentar uma lista com os filmes – nacionais e estrangeiros – e discos – nacionais e estrangeiros –  essenciais para quem quer conhecer o que floresceu na cultura dos últimos dez anos.

Dez filmes nacionais fundamentais da década:

JOGO DE CENA, de Eduardo Coutinho (2000). Para o veterano documentarista, todo indivíduo, diante de uma câmera, torna-se personagem de si mesmo. Em Jogo de Cena, ele radicaliza essa idéia e transita pelo fio tênue que separa a realidade da representação ao misturar relatos de mulheres anônimas com os de atrizes convidadas (Andréa Beltrão, Fernanda Torres e Marília Pêra, entre outras), que reinterpretam os mesmos depoimentos. O resultado desse embaralhamento ardiloso e sutil transcende a contundência dos dramas narrados e confunde o espectador, que não consegue identificar quais são os reais protagonistas das histórias.

LAVOURA ARCAICA, de Luiz Fernando Carvalho (2001). O atormentado André retorna à fazenda da família e enfrenta a tirania do pai e o amor incestuoso por sua irmã. Na adaptação do romance homônimo e densamente poético de Raduan Nassar, o diretor consegue traduzir em linguagem cinematográfica recursos essencialmente literários, transformando sensações em imagens igualmente impactantes. A faceta trágica dessa perversa parábola do filho pródigo ambientada entre imigrantes libaneses no interior do Brasil ganha ainda mais força graças às sólidas atuações de Selton Mello (André) e Raul Cortez (o pai).

SANTIAGO, de João Moreira Salles (2007). O documentarista João Moreira Salles filmou em 1992 palavras e gestos de Santiago Badariotti, mordomo argentino de personalidade singular que trabalhou por 30 anos na casa de sua família, no Rio de Janeiro. O cineasta retomou o material somente uma década depois e resolveu transformá-lo num filme sobre sua própria relação com Santiago - muitas vezes autoritária - e com o ato de filmá-lo. Nesse corajoso processo de auto-exposição, acabou iluminando o lugar incômodo de certa elite social e intelectual brasileira diante do mundo do trabalho e da cultura.

CIDADE DE DEUS, de Fernando Meirelles (2002). Longa-metragem brasileiro de maior repercussão internacional da década, o thriller de Fernando Meirelles, baseado no livro de Paulo Lins, gerou controvérsia por seu retrato da favela como império da violência. Filmado com vigor e competência, reciclando técnicas da TV, da publicidade e do videoclipe, Cidade de Deus incorpora em seu elenco principal atores surgidos nas próprias comunidades pobres do Rio de Janeiro, o que confere à sua dramaturgia autenticidade e frescor inauditos. Por tudo isso, tornou-se uma referência incontornável para outras produções sobre o tema.

VIAJO PORQUE PRECISO, VOLTO PORQUE TE AMO, de Karim Ainouz e Marcelo Gomes (2009). Da união dos talentos de Ainouz e Gomes, surgiu esse inusitado road movie, em que um geólogo (Irandhir Santos) se aprofunda no sertão para estudar as condições de transposição de um rio. Enquanto filma as pessoas e paisagens com que cruza em seu caminho, o protagonista (que jamais aparece) fala em off sobre a mulher que o abandonou. Do contraponto entre o que se vê e o que se ouve, os diretores constroem um híbrido de ficção e documentário que tira o máximo proveito estético e poético da precariedade das imagens.

SERRAS DA DESORDEM, de Andréa Jonacci(2006). Partindo da história real de um sobrevivente do massacre de uma aldeia indígena, Tonacci se vale de imagens de arquivo e da reencenacão do crime para tentar compreender o conflito entre duas culturas.

O INVASOR, de Beto Brant (2002). Um assassino de aluguel chantageia os empresários que o contrataram para matar um terceiro sócio. No filme, as ligações perigosas entre o capital e o crime aparecem em cenas de densidade psicológica e muita ação.

O PRISIONEIRO DA GRADE DE FERRO, de Paulo Sacramento (2004). Meses antes da implosão do presídio do Carandiru, em São Paulo, os detentos recebem equipamentos do diretor para filmar seu próprio cotidiano, revelando a vitalidade do humano sob condições desumanas.

BICHO DE SETE CABEÇAS, de Laís Bodanzky (2007). Inspirado no livro autobiográfico de Austregésilo Carrano, o filme narra o drama de um rapaz internado pelo pai num hospício por fumar maconha. Veemente libelo antimanicomial, com atuação visceral de Rodrigo Santoro.

TROPA DE ELITE 1 e 2,de José Padilha (2007 e 2010). De modo pouco usual no cinema brasileiro, Padilha aborda o narcotráfico e a corrupção sob a ótica de um policial. Acusados de apostar no maniqueísmo – concepção da realidade através de dois princípios opostos - os filmes atraíram mais de 12 milhões de espectadores.

Dez filmes estrangeiros fundamentais da década:

DOGVILLE, de Lars Von Trier (2003). Partindo de uma situação singela, o dinamarquês Lars Von Trier construiu uma das parábolas mais originais sobre a sociedade norte-americana, vista como uma rede cruel de relações de dominação. No enredo, uma jovem forasteira (Nicole Kidman), perseguida por gângsteres, busca refúgio em um vilarejo próximo às Montanhas Rochosas dos Estados Unidos, na época da Grande Depressão. Todo o filme se passa num único cenário, um enorme palco sem paredes, com marcações no chão que re¬presentam objetos e lugares. A inusitada forma antinaturalista da encenação potencializa o olhar crítico do cineasta.

CIDADE DOS SONHOS, de David Lynch (2001). Nesse longa-metragem perturbador, de narrativa elíptica, uma garota sonhadora (Naomi Watts), recém-chegada a Hollywood, acolhe uma mulher (Laura Harring) que perdeu a memória depois de um acidente. Seqüências desconexas, apoiadas numa densa atmosfera de mistério, embaralham personagens e situações, colocando em xeque as noções de sonho e vigília, de real e imaginário. Uma brilhante reflexão do diretor norte-americano sobre as crises de identidade que atormentam o homem contemporâneo.

O PÂNTANO, de Lucrecia Martel (2007). O filme de estréia da cineasta argentina evidencia seu talento para a observação sutil das relações humanas e das pulsões contraditórias dos indivíduos. Entre relações decadentes e o desconforto de um intenso verão, duas famílias convivem numa casa próxima a um pântano. A embriaguez (alcoólica ou não) dos personagens é traduzida em movimentos de câmera muitas vezes desconfortáveis, que incorporam tropeços, e acentuada pelos ruídos que se sobrepõem às falas. O clima geral de pasmaceira e inconsequência foi visto como uma metáfora da Argentina.

OS SONHADORES, de Bernardo Bertolucci (2003). Enquanto os incêndios e as barricadas das revoltas estudantis agitam as ruas de Paris em maio de 1968, três jovens vivem um insólito triângulo amoroso e mergulham em jogos eróticos e intelectuais. O italiano Bertolucci transforma o relacionamento entre um estudante norte-americano e dois irmãos anglo-franceses no núcleo narrativo de todo um contexto cultural, promovendo a intersecção entre política, arte e sexualidade. Uma visão crítica e amorosa do sonho utópico de mudar o mundo e transformar o homem.

ELEFANTE, de Gus Van Sant (2003). O norte-americano Gus Van Sant traça nesse filme um retrato cruel da juventude como um momento de incompreensão e incompletude. Toda a trama gira em torno de um colégio dos Estados Unidos onde dois alunos promovem um assassinato em massa de colegas e professores. As chacinas reais ocorridas em Columbine e outras escolas do país serviram de inspiração para o diretor. A narrativa, fragmentada no olhar subjetivo de cada personagem, confere veracidade à trama e rendeu a Van Sant a Palma de Ouro em Cannes.

TIO BOONMEE, QUE PODE RECORDAR SUAS VIDAS PASSADAS, de Apichatpong Weerasethakul (2010). À beira da morte, Boonmee recebe o fantasma da esposa e vê o filho metamorfoseado em símio. O diretor tailandês faz do realismo fantástico matéria-prima da vida cotidiana.

BASTARDOS INGLÓRIOS, de Quentin Tarantino (2009). Durante a Segunda Guerra Mundial, na França ocupada, judeus norte-americanos especializados em caçar e escalpelar nazistas planejam matar Adolf Hitler. Audacioso, o diretor norte-americano inverte os papéis e transforma vítimas em algozes.

VINCERE, de Marco Bellocchio (2009). O cineasta italiano investiga o fascismo através do drama de Ida Dalser, amante de Benito Mussolini. Entre a história e a ficção, o personagem do ditador (Filippo Timi) é aos poucos substituído por imagens reais do tirano. Impressionante.

PONTO FINAL - MATCH POINT, de Woody Allen (2005). Um ex-tenista se apaixona pela namorada do amigo rico e precisa optar entre a paixão e o dinheiro. Nesse competente suspense do diretor nova-iorquino, escolhas mundanas e questões metafísicas interferem em igual medida na vida dos personagens.

CACHÊ, de Michael Haneke (2005). Apresentador de talk-show encontra na caixa de correio vídeos com imagens roubadas de sua vida privada. Exemplo precioso do chamado "cinema da crueldade", em que o alemão Haneke sobrepõe a violência psicológica à física.

Dez discos nacionais fundamentais da década:

VENTURA, do Los Hermanos (BMC, 2003). Em seu terceiro álbum, a banda carioca alcança o ápice criativo e traduz com originalidade as angústias dos jovens recém-chegados à fase adulta. Dá, assim, um passo importante para se consolidar como o grupo que melhor associou o rock à MPB nos primeiros dez anos do século. Pouco depois do lançamento do disco, as canções de Marcelo Camelo e as de Rodrigo Amarante – líderes do conjunto, que hoje se apresenta esporadicamente – começaram a ser ouvidas nas vozes de outros talentos da mesma geração e também de veteranos, alçando a dupla à elite dos compositores brasileiros.

, de Caetano Veloso (Universal, 2006). Quando ninguém imaginava que Caetano conseguisse se reinventar novamente, surge . Os méritos do álbum têm de ser divididos com os jovens músicos que acompanharam o cantor: Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo e teclado) e Marcelo Callado (bateria). Digerindo as referências roqueiras do trio, o baiano cria seu disco mais áspero, altamente influenciado pelos ruídos e pela concisão dos norte-americanos do Pixies. Até nas letras, Caetano é direto, transformando em versos saborosos a sua separação da empresária Paula Lavigne e questões sobre o envelhecimento.

OURO NEGRO, de Moacir Santos (MP,B, 2001). Graças à persistência do violonista Mario Adnet e do saxofonista Zé Nogueira, Orfeu e outras composições geniais - mas um tanto esquecidas - de Moacir Santos (1924-2006) puderam reaparecer. A dupla de músicos, que assina a produção do disco, reuniu a nata do maestro pernambucano, num comovente trabalho de resgate histórico. Gilberto Gil, Ed Motta, Joyce, Milton Nascimento, João Bosco e Djavan contribuem com suas vozes. No entanto, quem brilha mesmo é o belo time de instrumentistas - do piano de Cristóvão Bastos ao sax alto de Nailor Proveta.

À PROCURA DA BATIDA PERFEITA, de Marcelo D2 (Sony, 2003). Os manos de São Paulo tiveram praticamente duas décadas para tentar abrasileirar o hip hop. Mas foi um carioca oriundo da cena rock quem tirou a idéia do papel. O ex-Planet Hemp Marcelo D2 acreditou na mistura de rap com samba e gravou um álbum (o segundo da carreira solo) que defende essa alquimia da primeira à última rima. O impacto acabou sendo tão forte que D2 ainda não conseguiu mudar de assunto - ou "virar o disco". Ele segue refém do estilo que criou, o que só reforça a importância de À Procura da Batida Perfeita.

...E O MÉTODO TÚFO DE EXPERIÊNCIAS, do Cidadão Instigado (Trafore, 2005). Após um álbum de estréia impressionante, mas de difícil digestão (O Ciclo da Dê.Cadência, de 2002), a banda cearense Cidadão Instigado ressurgiu mais amena em seu segundo trabalho. O abrandamento, porém, não tirou a força das letras quilométricas e extremamente pessoais do líder Fernando Catatau (guitarra e voz), exímio em criar baladas ultra-românticas, que se aproximam do brega. Tampouco enfraqueceu o principal achado do grupo: a fusão do rock progressivo e do rock psicodélico com ritmos nordestinos.

LUZ DA AURORA, de Yamandú Costa e Hamilton de Holanda (Eldorado, 2009). Gravado ao vivo, o álbum registra o encontro entre o violonista gaúcho e o bandolinista carioca. Dois virtuoses que conseguem exibir seus dotes sem se anularem mutuamente, uma combinação raríssima. Destaque para a faixa-título, uma das três composições escritas pela dupla.

TRIBALISTAS, de Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte. (Phonomotor/EMI, 2002). "O tribalismo é um anti-movimento / Que vai se desintegrar no próximo momento", prometia Tribalistas, a faixa que explicava a junção dos três parceiros musicais neste álbum. E assim foi. Não houve show nem segundo CD, mas ficaram os sucessos Velha Infância e Já Sei Namorar.

RUBINHO e FORÇA BRUTA, de Rubinho Jacobina (Nikita Music, 2005). O cantor carioca, autor de letras debochadas, já se destacava como um dos motores da Orquestra Imperial. Com seu disco de estreia, também se mostrou capaz de belos vôos solos. O álbum oferece as deliciosas Dr. Sabe Tudo e Artista É o K, canções-símbolo da orquestra.

SEM NOSTALGIA, de Lucas Santtana (YB Music, 2009). Baiano radicado no Rio de Janeiro, Lucas iniciou sua trajetória como músico de Gilberto Gil. Experimentou o funk carioca e o dub até atingir a plenitude neste quarto álbum, que desconstrói e recombina o estilo de tocar violão de ícones como João Gilberto e Baden Powell.

...DE ÁRVORES E VALSAS, de André Mehmari (Estúdio Monteverdi/Tratore, 2008). Neste primeiro disco, totalmente dedicado às suas composições, Mehmari se exibe em 17 instrumentos. A valsa é o gênero que domina o repertório, ainda que ela apareça amalgamada com outros estilos. Mônica Salmaso contribui para o ótimo resultado.

Dez discos estrangeiros fundamentais da década:

KALA, de M.l.A. (XL/Interscope, 2007). Desde o ótimo Arular (2005), seu primeiro disco, a inglesa M.I.A. ameaçava virar uma voz influente no universo pop. Mas foi só com Kala que o sucesso chegou. Ajudada por produtores do primeiro time, como Diplo e Timbaland, a filha de guerrilheiros cingaleses provou que suas rimas funcionam em cima das mais distintas bases, sejam ritmos indianos e africanos, seja o punk rock. Na essência, ela pinçou sons dos guetos, das periferias do mundo inteiro, e os transformou em algo absolutamente novo. Sem dúvida, um marco da música contemporânea.

SOUND OF SILVER, do LCD Soundsystem (EMI, 2007). Neste início de século, Nova York voltou a ser o lugar mais interessante do mundo para o rock e para a eletrônica. E quem melhor captou o espírito vibrante da cidade foi o grupo liderado pelo produtor norte-americano James Murphy. A metrópole, tema constante do LCD, aparece no título da balada que encerra seu segundo e ótimo álbum: New York, I Love You but You're Bringing Me Down. O disco também traz North American Scum, espécie de pedido de desculpas pelas ações internacionais do governo Bush.

THE GREATEST, de Cat Power (Matador, 2006). Até o lançamento de The Greatest, a norte-americana Cat Power não podia ser levada muito a sério. Seus discos tinham boas idéias, mas execuções pífias. Tudo mudou quando a gravadora Matador descolou os músicos que acompanham Al Green para gravar com a cantora. O que antes parecia esboço virou obra de arte e a carreira de Cat tomou novo rumo. Ela extrapolou a platéia alternativa, atingindo exigentes fãs de soul e gospel. O diretor chinês Wong Kar-Wai também foi tocado pelo disco, peça fundamental na trilha do seu Um Beijo Roubado (em que a cantora faz uma ponta).

ANYTHING GOES, de Brad Mehldau (Warner, 2004). Apesar de ser um compositor de raro talento, Brad Mehldau atingiu seu ponto máximo como intérprete nesse disco de músicas alheias. Acompanhado de baixo e bateria, o pianista norte-americano lapida em dez faixas a fórmula que começou a burilar na década de 1990. Trata com a mesma reverência standards do jazz e rocks de bandas veteranas ou mais novas. Para dar nome ao trabalho, ele escolheu um tema de Cole Porter. Mas as duas melhores recriações do álbum são Still Crazy After These Years, de Paul Simon, e Everything in Its Right Place, do Radiohead.

DIMANCHE À BAMAKO, de Amadou e Mariam (No-nesuch, 2005). O francês Manu Chão tem papel imprescindível na música pop global. No fim dos anos 80, como vocalista do Mano Negra, ele ajudou a adulterar o DNA branco do punk rock, adicionando ritmos árabes e caribenhos ao estilo. No final da década de 1990, transformou suas andanças sem fim num clássico contemporâneo (Clandestino). Sua terceira estocada foi a produção do quarto disco dessa dupla do Mali, que ele conheceu escutando rádio. O trabalho catapultou os cantores cegos ao estrelato, algo que não costuma acontecer com artistas africanos.

SOVIET KITSCH, de Regina Spektor (Sire/Warner, 2005). Em seu primeiro registro por uma grande gravadora, a pianista e cantora russa equilibra influências da seara erudita, do jazz e do rock alternativo. Canções como Us, Carbon Monoxide e The Ghost of Corporate Future estão entre as melhores que ela já escreveu.

SHOW YOUR BONES, do Yeah Yeah Yeahs (Universal, 2006). Os holofotes na vocalista Karen O não impediram que os ouvintes mais atentos percebessem a bela carpintaria sonora do guitarrista Nick Zinner e do baterista Brian Chase nesse segundo CD da banda nova-iorquina. Se a idéia é fazer barulho, que seja com charme e perspicácia.

BACK TO BLACK, de Amy Winehouse (Universal, 2006). Os desdobramentos do êxito comercial deste disco se revelaram os piores possíveis: a cantora londrina aceitou virar o personagem drogado de sua própria canção (Rehab) e sem prognósticos de uma volta gloriosa. Mas a soul music ganhou mais um item na discoteca básica.

FATHERFUCKER, do Peaches (XL, 2003). Em The Teaches of Peaches (2000), a provocadora banda canadense já insinuava ter o poder de mexer com tabus sexuais usando bases eletrônicas minimalistas. No segundo álbum, o grupo só fez confirmar sua vocação anárquica, convidando Iggy Pop para uma ponta.

YOSHIMI BATTLES THE PINK ROBOTS, do Flaming Lips (Warner, 2002). O disco é o segundo capítulo da reinvenção de uma instituição do indie rock norte-americano. O Flaming Lips das guitarras sujas e das alucinações sonoras fica ainda mais distante desse novo grupo, que achou um jeito de soar psicodélico sem se perder.

*Um agradecimento especial aos consultores da revista BRAVO! que montaram as listas apresentadas acima – a qual achamos uma ótima contribuição cultural, que não deve ficar oculta nas páginas fechadas de uma revista já recolhida – a nossa reverencia à: Cássio Starling Carlos, Ismail Xavier, José Geraldo Couto, Ricardo Calil, Carlos Calado, José Flávio Junior e Pedro Alexandre Sanches.

Todas as paixões nos fazem cometer faltas,
porém o amor nos faz cometer as mais ridículas.
La Rochefoucauld

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