terça-feira, 3 de março de 2015

Agora! O poder do Presente

O prazer é sempre derivado de algo fora de você, 
ao passo que a felicidade surge de dentro.
Eckhart Tolle
A felicidade surge de dentro.
Uma obra-prima moderna da literatura espiritual, 'O poder do agora' foi publicado primeiramente no Canadá e quando publicado nos Estados Unidos – maior mercado editorial do mundo –, fez um sucesso surpreendente e transformou Eckhart Tolle em um conferencista requisitado.

Enquanto a maior parte dos textos espirituais contém conceitos elevados para "alcançar a transcendência", 'O poder do agora' é intensamente focado nos problemas que temos no cotidiano hoje e na pessoa que somos neste momento. É, talvez, o mais prático de qualquer clássico do aperfeiçoamento pessoal, porque nega nossas tendências habituais de imaginar algum futuro brilhante sem nunca nos envolvermos profundamente, de fato, com o presente.

O livro também é uma síntese magistral das ideias do budismo, do cristianismo, do taoísmo e de outras tradições, satisfazendo nosso desejo do século XXI de pensar de maneira inovadora, além das religiões convencionais, e reconhecendo que, em última análise, todas as religiões dizem o mesmo.

A imersão de Tolle em textos espirituais veio somente depois de ele ter tido um insight, em um instante de iluminação aos 29 anos de idade. Seu relato desse instante nas primeiras páginas – que possuí um déjà vu de autobiografia espiritual –, leva-nos à obra que toma a forma de perguntas e respostas. Sua transformação repentina, da autodepreciação à paz interior e da alegria duradoura, pode ser difícil de acreditar no início, mas vale a pena seguir com a leitura.

Você não é a sua mente

Nossa civilização é construída nas realizações da mente, e muitas delas são extraordinárias – escreve Tolle. Somos naturalmente propensos a confundir a mente, em seu estado de estar constantemente pensando, como sendo nós. No entanto, há um "Ser" por trás da mente que é o "eu" real; por se harmonizar com ele, podemos controlar nossos pensamentos e colocar nossas emoções em perspectiva.
Constância
Até termos o controle de nossa mente, ela nos controla. A mente tem conversas contínuas com si mesma, que são difíceis de "desligar". Ela tem muitas opiniões, mas são todas baseadas naquilo que ocorreu no passado. Isso dificulta vivenciar as coisas novamente no presente. Hoje nunca é tão bom quanto os grandes tempos por vir ou aqueles que já aconteceram.

Você provavelmente veio a acreditar que esta voz que pensa constantemente é "você", mas, na verdade, é apenas parte de quem você é. Somos viciados em pensar, porque, por nos fazer pensar o tempo todo, o ego nos dá um senso de identidade. Mas o pensamento contínuo nos impede de simplesmente aproveitar o momento.

Como nos libertamos do pensamento compulsivo?

Começamos, ao colocar a mente em perspectiva, por observar o que ela diz e pensa, sendo testemunha dos mares ondulantes do pensamento e da emoção que vivenciamos todos os dias. Você, é claro, terá de continuar a utilizar sua mente pensante para solucionar problemas e sobreviver, mas, por adquirir alguma objetividade sobre ela e adotando o seu eu real por trás dela, dá o passo mais importante em direção à iluminação. Quando você pode ficar quieto e parar a sua mente pensante, se por apenas um momento, não entra em um estado sonhador ou de inconsciência profunda. O oposto acontece: você recebe uma explosão de apreço pelo presente e por tudo ao seu redor, e, de repente, sente-se mais unificado.
Apreço pelo presente
Uma vida nova, a do agora

Dada a maneira como a mente funciona geralmente, acessar o estado do "agora" pode parecer muito difícil. No entanto, somente o reconhecimento de que ele – de fato – existe, irá nos ajudar a aumentar a quantidade de tempo em que estamos completamente "despertos". Podemos admitir a nós mesmos que, por exemplo, na última hora, estivemos totalmente levados por emoções ou pensamentos de preocupação ou arrependimento. Podemos admitir que não conseguimos fazer com que eles parassem. Toda vez que reconhecemos que não estamos vivendo no presente, as chances de podermos fazê-lo no futuro aumentam.

Tolle sugere para nos envolvermos mais com o "agora" através das rotinas da vida cotidiana: ao lavar nossas mãos, ao sentarmo-nos em nossos carros, ao darmos passos, respirando – ao sermos conscientes de todos esses movimentos. Se eles são mecânicos e automáticos, não estamos vivenciando completamente o presente.

A lei básica de Tolle é que, quanto mais nos opomos à nossa situação atual, mais doloroso é. Obviamente, se estamos pensando "Isto não pode estar acontecendo", então o fato de que está, faz disso insuportável. Esperar e ansiar pelo dia quando seremos felizes ou prósperos, por exemplo, apenas faz mais forte a resistência à situação presente. O pensamento de que poderíamos estar em algum outro lugar, com outra pessoa, fazendo algo diferente pode tornar a nossa vida em um inferno. Há alguma saída? Eckhart Tolle fornece uma solução paradoxal: temos de absolver a situação e aceitar o seu direito de ser de tal maneira, mesmo se odiamos a situação, aceitar o ódio como parte disso, mas não continuar dizendo a nós mesmos "Isto não está acontecendo, não pode ser".
Está acontecendo?
Tolle também fala sobre o desdém existencial básico que as pessoas têm pelo presente. Ele descreve o estado normal da mente pensante como "um quase contínuo nível baixo de desconforto, descontentamento, tédio ou nervosismo – uma espécie de fundo estático costumeiro". Estamos sempre tentando nos afastar da forma natural do momento presente, seja por diminuí-lo ou por fazê-lo mais excitante, por meio da bebida alcoólica, ou das drogas, ou tendo grandes sonhos para o futuro, ou nostalgia pelo passado. Sentimentos de arrependimento, ou anseio por algo, são criados quando fracassamos em apreciar o presente, que é o único momento que realmente temos. Mas, ao nos entregarmos ao que o momento é, sempre encontraremos maneiras de lidar com o que está acontecendo. Podemos começar a ver que nossa vida, nosso ser essencial, não é o mesmo que a situação de nossa vida.

O momento presente, é na verdade, livre de problemas. Problemas precisam existir com o tempo; então, quanto mais vivemos no presente, menos vida damos a eles – nos desafia Eckhart Tolle. Ele nos pede para evitarmos o julgamento sobre situações, de forma que, ao invés de um evento ser bom ou ruim, ele somente é. Retenhamos o medo e o ódio por um segundo, e descobrimos que uma solução surge.

Quando agimos de um senso profundo de existência, no lugar de nervosamente tentarmos nos tornar algo, somos libertos do medo. Paradoxalmente, esse estado relaxado faz que seja mais fácil termos sucesso nas situações da nossa vida. Aceitamos as coisas como elas surgem e nos adaptamos rapidamente ao que são, em vez de ficarmos arrasados quando as coisas não acontecem como planejamos.
Está acontecendo!
Relacionamentos de presença

Em um capítulo sobre relacionamentos iluminados, Tolle observa, que "a maioria dos 'relacionamentos amorosos' não leva muito tempo para se tornar uma relação de amor e ódio". É considerado normal que mudemos de repente do amor e da afeição para uma hostilidade brutal e voltemos ao primeiro novamente; como o ditado: "ruim com eles, pior sem eles". Acreditamos que, se pudéssemos somente nos livrar das situações negativas, tudo ficaria bem – mas Tolle diz que isso nunca acontecerá. Ambas as polaridades do amor e do ódio dependem uma da outra, e são meramente "aspectos diferentes da mesma disfunção".

Quando estamos apaixonados, a outra pessoa faz que nos sintamos inteiros, mas o lado negativo é uma crescente dependência desse indivíduo e o horror de qualquer possibilidade de perdê-lo. O ego tem uma necessidade pela inteireza, pela totalidade, mas os relacionamentos amorosos não são bem a situação para procurar por isso, pois eles nos dão um senso do eu, que depende de algo, ou alguém exterior a nós. Todos carregamos um acervo de sofrimento dentro de nós, que se mostra curado quando estamos apaixonados, mas o sofrimento ainda está lá e surge novamente, quando a lua-de-mel acaba.

O propósito dos relacionamentos reais, de longa duração, não é nos fazer felizes ou realizados, é trazer para fora a dor de dentro de nós, para que ela possa ser transformada. O intento é nos fazer mais conscientes, e, se pudermos aceitar isso, podemos prosseguir para outro nível, e o relacionamento florescerá naturalmente, livre das nossas expectativas irreais.
Avanço real
Se nosso relacionamento atual parece um "drama insano", no lugar de tentar escapar, mergulhe ainda mais profundamente nele e aceite o fato. A afirmação de Tolle é que relacionamentos próximos nunca foram mais difíceis que são agora, mas também oferecem, possivelmente, as maiores oportunidades para o avanço espiritual.

Agora

Em vez de apresentar algum esquema grandioso para o sucesso, 'O poder do agora' nos convida a estarmos mais presentes nas minúcias da vida cotidiana, para ver se podemos fazer cada momento significar algo. O que é o arrependimento senão aquela sensação de que não estarmos mais plenamente presentes em uma situação, ou a de que podíamos estar mais "lá" em um relacionamento que agora está perdido?

Algumas formas de doenças mentais envolvem a inabilidade de parar conversas internas. Em contrapartida, alguém em plena saúde mental terá a habilidade de silenciar sua mente e, desta quietude, acessar o estado verdadeiro do ser, que oferece soluções ideais aos nossos problemas.
Estado verdadeiro de equilíbrio
Embora tenha o estilo de revelação pessoal, comum a muitos clássicos espirituais, 'O poder do agora' parece novo, até mesmo revolucionário, e é um dos livros mais práticos para mudar nossa vida de um modo sustentável.

Se você adquirir este livro, assegure-se de lê-lo mais de uma vez. O estilo da escrita é belamente claro, portanto, na primeira leitura, você pode achar que "entendeu a mensagem", mas ele só é plenamente compreendido quando seus ensinamentos são colocados em prática.

Pais e Filhos
poesia de Renato Russo

Estatuas e cofres. E paredes pintadas. 

Ninguém sabe o que aconteceu. 
Ela se jogou da janela do quinto andar. 
Nada é fácil de entender.

Dorme agora. 

É só o vento lá fora. 
Quero colo. Vou fugir de casa. 
Posso dormir aqui com vocês? 
Estou com medo. Tive um pesadelo 
Só vou voltar depois das três.

Meu filho vai ter nome de santo. 

Quero o nome mais bonito.

É preciso amar as pessoas como se 

Não houvesse amanhã. 
Porque se você parar para pensar, 
Na verdade não há.

Me diz porque que o céu é azul. 

Explica a grande fúria do mundo. 
São meus filhos que tomam conta de mim.

Eu moro com a minha mãe 

Mas meu pai vem me visitar. 
Eu moro na rua, não tenho ninguém 
Eu moro em qualquer lugar. 
Já morei em tanta casa que nem me lembro mais. 
Eu moro com os meus pais.

É preciso amar as pessoas como se 

Não houvesse amanhã. 
Porque se você parar para pensar, 
Na verdade não há.

Sou uma gota d'agua 

Sou um grão de areia. 
Você me diz que seus pais não lhe entendem. 
Mas você não entende seus pais.

Você culpa seus pais por tudo. 

E isso é absurdo. 
São crianças como você 
O que você vai ser, quando você crescer?

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Um pouco mais sobre o poder de tomar posse de sua própria mente:

Definição de Propósito
http://jrmilton.blogspot.com.br/2013/01/definicao-de-proposito.html
Fé Aplicada
http://jrmilton.blogspot.com.br/2013/01/a-fe-aplicada.html
O Poder da Autodisciplina
http://jrmilton.blogspot.com.br/2013/01/o-poder-da-autodisciplina.html
Pensar com Exatidão
http://jrmilton.blogspot.com.br/2013/01/pensar-com-exatidao.html
A Força Cósmica do Hábito
http://jrmilton.blogspot.com.br/2013/01/quase95-de-tudo-o-que-voce-faz-e.html

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