sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Carta do Peregrino

Na década de noventa, A DC Comics, editora que publica as histórias do Super-Homem, Batman, Mulher Maravilha e tantos outros, possuía uma coleção de revistas chamada TÚNEL DO TEMPO.

No Túnel do Tempo, os heróis eram retirados de seus cenários habituais e colocados em lugares e épocas diferentes. Lugares e épocas que existiram ou poderiam ter existido... ou que não podem, não poderiam e nem deveriam existir. Tratava-se de um exercício de imaginação cujo objetivo era subverter o contexto normal dos personagens. O resultado final foi uma coleção de histórias que fez com que heróis, às vezes, tão familiares a nós quanto o Ontem parecessem tão inéditos quanto o Amanhã.


Sendo assim, o Mirtu's Blog vai se valer do TÚNEL DO TEMPO para levar Nótlim Jucks, no 3º episódio de "As aventuras de Nótlim Jucks", ao ano 29 da nossa era. Ano em que o poeta era conhecido como Mirkael – Aquele que é amigo. E foi por amizade que Mirkael seguiu Issa – o Mestre dos mestres – por todo oriente.


Aqui se faz alusão a meu mestre, Issa. Que em verdade, não é o mesmo que Mirkael acompanhou em viagem pelo oriente, mas sim um de seus discípulos. "Mestre Issa", pode ser considerado um "título", dado a aqueles que vivem os ensinamentos do Mestre dos mestres e que transmitem a mensagem do Mestre "aos que buscam", classificação a qual, pode-se dizer que me enquadro.


Hoje, reverencia-se o cumprimento do ensinamento final do Mestre dos mestres, a transcendência do espírito, por isso a publicação de hoje é uma lembrança e uma homenagem ao Homem que ensinou o Amor.


Então é com muito orgulho que o Mirtu's Blog publica o 3º episodio de "As aventuras de Nótlim Jucks" A Carta do Peregrino:


Amada Aksanamun, princesa Ak, hoje é o aniversário do Mestre dos mestres, e após 17 anos viajando com Yeshua, é chegado o momento de retornarmos a nossa terra. Desde que partimos de Jerusalém, com uma caravana de mercadores, passamos por inumeráveis lugares no extremo oriente, e em nenhum destes lugares encontrei algo ou alguém que me encantasse tanto quanto você.

Por onde passamos, Issa – nome que o povo da montanha deu a Yeshua – fez amigos, discípulos e infelizmente alguns inimigos invejosos. Nós atravessamos a Índia, conhecemos o local de nascimento do iluminado, fomos até o pé da grande montanha, encontramos os homens santos do vale e então Issa decidiu revisitar o Egito. E por isso sou eternamente grato a meu amigo-irmão, que possibilitou que eu lhe conhecesse princesa.


Na Índia encontramos um pobre artesão de nome Dham, que tinha uma filha que não conseguia falar, mas que com gestos e feições, irradiava alegria e amor. Quando ela abraçou Issa, ele se ajoelhou. E aquele sorriso maravilhoso que ela lhe deu, fez brotar de seus olhos uma lágrima de alegria. Então Issa a abraçou longamente e disse: "Fale pequena e transmita essa alegria que encontrei em seu coração." – e ela saiu da oficina de seu pai, cantando e exaltando Issa. Dham, maravilhado que ficou, quis presentear o mestre e lhe deu uma pequena caixa de entalhe simples. Issa aceitou o presente, abraçou Dham, nos despedimos e seguimos viagem.


Aconteceu, de no vale dos homens santos, encontrarmos um lama sendo perseguido por malfeitores.


Issa não era o que os reis considerariam um guerreiro, mas mesmo assim se pôs diante dos perseguidores e ordenou que deixassem o homem santo em paz. Após ouvir sonoras gargalhadas, Issa juntou as mãos e fechou os olhos como se estivesse fazendo uma oração, então uma forte chuva começou a cair. E os malfeitores ficaram boquiabertos ao notarem que Issa sorria e que a chuva não nos atingia. O mestre então os olhou uma vez mais e os aconselhou a ir. Estes se viraram e fugiram com temor no coração.


O homem santo, agradecido, mandou que fosse forjado um anel para presentear Issa. E quando o anel ficou pronto o entregou ao mestre lhe explicando sobre a inscrição: "Este mantra expressa a energia pura da compaixão.


"OM é o som da iluminação;
"MANI é o som da transformação;
"PADME é o som da transcendência;
"HUM é o som da libertação."


Issa juntou o anel em suas mãos e fechando os olhos exclamou:

"OM MANI PADME HUM" - eles se abraçaram, nos despedimos e seguimos viagem. Durante a viagem meu coração estava irrequieto, então perguntei ao mestre: "Como o senhor consegue fazer todas essas maravilhas mestre?"


E ele me respondeu: "Desejando Mirk, desejando com o coração! Quando a menina me abraçou, ela falava com o coração e eu pude ouvir cada uma de suas palavras."


"Mas como o senhor orou para fazer chove?" – perguntei-lhe ainda mais intrigado e ele me respondeu:


"Não Mirk, eu não orei para fazer chover, se fosse assim nunca teria chovido. Quando simplesmente oramos para alguma coisa acontecer, estamos apenas confirmando que sabemos que aquilo não está acontecendo e assim damos mais poder ao que não queremos. Quando fechei meus olhos, senti a sensação que se sente ao estar com meus pés descalços na lama, quando chove muito, eu senti o cheiro que se sente quando a chuva cai na terra assentando a poeira, me senti muito grato e emocionado pela chuva que já havia caído. Então choveu novamente." – concluiu ele sorrindo para mim.


Quando chegamos ao Egito, Issa me olhou atentamente e disse: "Veja meu irmão, você não está mais chegando de mãos vazias ao Egito." – me mostrou a caixa dada pelo artesão e o anel dado pelo homem santo dizendo: "Guarda-os bem." – e assim o fiz.


Depois deste tempo que passamos aqui no Egito, devo voltar com Issa para Jerusalém. Ele tem muitas coisas para fazer por lá. Sou muito grato a ele por ter permitido que eu o acompanhasse em sua peregrinação e especialmente por Ele ter me trazido ao Egito, lugar que vim para te conhecer e me apaixonar. Neste momento, entendo porque ele me deu estes presentes. Para que eu lhe deixasse algo princesa, além da minha promessa de voltar.


Aksanamun, estes presentes simples vieram dos confins do mundo e quero que se lembre sempre que os vir, que voltarei para você, por você.


Mirkael

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