sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Singularidade

Um dia em um hotel que hoje não vem ao caso dizer qual, Jucks conheceu uma garota, ou melhor, uma mulher-menina, que mesmo em toda plenitude de sua personalidade de mulher formada, mantinha toda florescência de uma meninice encantadora de garota.

Eles se encontraram no elevador e coincidentemente, ou pela ação magistral desta Força Motriz que magicamente faz as coisas acontecerem, desceram no mesmo andar e se cruzaram na saída do elevador esbarrando-se. Ao se olharem, Jucks me disse que teve um "branco" ou um lapso de tempo, e que ela ao lhe sorrir perguntou: "Tudo bem?" – e ele ainda meio aturdido disse apenas: "Melhor agora!" – e teve certeza que havia soltado à pior cantada de sua vida, mas que saiu de maneira tão espontânea que ele apenas pôde ficar vermelho.

Mas ao contrário do que ele esperava, ela deu seguimento a conversa, querendo saber quanto tempo ele ficaria na cidade e lhe contou que estava participando de um desfile de moda que acontecia ali perto. Em uma breve conversa de corredor se conheceram e marcaram de se encontrar para conhecer a cidade, afinal eram dois estranhos em uma cidade estranha, nada mais conveniente do que compartilhar esta afinidade que surgiu de repente.

Foram três as noites que ela desfilou, em uma delas ele a acompanhou e se maravilhou com uma arte que ele não conhecia, a arte que se vale da beleza feminina para ser plena. Naquela noite ao voltarem ao hotel, uma quinta-feira de muito calor, ao descerem do elevador no mesmo andar, eles não se esbarraram, mas seguiram para o mesmo lado do corredor. Daí pra frente são momentos que não nos cabe acompanhar...

Na sexta-feira, como acontece em muitos hotéis ao redor do mundo, a maioria dos hospedes realiza sua saída e naquela manhã, mais uma vez Jucks e a maravilhosa mulher-menina se encontraram, sorriram um para o outro e com um abraço selaram uma despedida, que não tinha como não ser feita.

Em respeito a singularidade, uma pequena e leve poesia:

Simplesmente Linda

Eu poderia escrever sobre o amor
e dizer como ele nasce de repente,
mas isso parece ser meio inconseqüente.
Então recolho estes pensamentos
para poder descrever como eu lhe vejo.
Linda como se saída de um conto de fadas,
delicada como uma rosa recém desabrochada.
E nisso, eu que estava perdido em algum lugar,
fui encontrado por você, fada encantada.
Que com a leveza de suas mãos suaves
me levou de volta ao sonhar.
Devolvendo-me o sorriso que havia sumido.
Restituindo-me a simplicidade
que só se encontra junto à felicidade.
Assim, eu que não possuía um lugar,
ofereci meu coração para abrigá-la.
Um lugar simples reconheço,
mas que permanecerá aberto,
caso ache conveniente voltar a visitá-lo.

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